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Médico defende anabolizantes para reposição hormonal, mas critica uso estético

Médico defende anabolizantes para reposição hormonal, mas critica uso estético

Em abril deste ano, Conselho Federal de Medicina vetou uso da substância para ganho em desempenho esportivo

| Autor: Paloma Simina*

Foto: Divulgação/Polícia Federal e Reprodução/Arquivo pessoal

É fato que o uso de anabolizantes para estética tem se popularizado nas redes sociais. No dia 11 de abril, porém, o Conselho Federal de Medicina (CFM) proibiu a utilização de terapias hormonais com esteroides androgênicos e anabolizantes com finalidade estética e para ganho de massa muscular ou melhora do desempenho esportivo.

Ao Varelanet, o médico ginecologista e obstetra Luiz Carlos Calmon explica que a medida em si não restringe o uso das drogas em casos específicos, como tratamentos para reposição hormonal indicados por um endocrinologista, por exemplo.

"Deveria haver uma fiscalização sobre aqueles profissionais que fogem à ética e ao respeito às regras e aos pacientes. Mas nunca privar de tratamentos hormonais aqueles pacientes que necessitam", defende.

A resolução publicada pelo CFM regulamenta que a prescrição médica de terapias hormonais esteja indicada apenas em caso de deficiência específica comprovada.

Para Calmon, a decisão do conselho apenas reforça a proibição do que sempre foi indevido. Em sua opinião, o problema está no uso abusivo ou para fins exclusivamente estéticos.

Apesar do veto, o médico diz que continua permitido o uso da toxina botulínica (botox), as lipoesculturas, as próteses mamárias, de glúteo e até de panturrilha. "Procedimentos que em sua grande maioria são claramente para fins estéticos", aponta Calmon.

Ainda segundo Calmon, o uso abusivo de hormônios pode causar danos hepáticos, renais ou cardiovasculares.

A conselheira federal Annelise Menegusso endossa o alerta.“O uso indiscriminado de terapias hormonais com EAA ( esteroides androgênicos e anabolizantes), incluindo a gestrinona, com objetivos estéticos ou para o ganho de desempenho esportivo, é hoje uma preocupação crescente na medicina e para a saúde pública, uma vez que, de acordo com as mais recentes evidências científicas, não existem benefícios notórios que justifiquem o aumento exponencial do risco de danos possivelmente permanentes ao corpo humano em diferentes órgãos e sistemas com sua utilização”, diz.

*Sob supervisão do editor Alexandre Santos

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