Israel diz ter freado avanço nuclear do Irã em até três anos
Governo israelense afirma que bombardeios atrasaram o programa atômico iraniano
Foto: Jack Guez - AFP
O conflito entre Israel e Irã chega ao nono dia sem qualquer perspectiva de cessar-fogo. Neste sábado (21), o governo israelense afirmou que conseguiu atrasar em “pelo menos dois ou três anos” o avanço do programa nuclear iraniano. Por outro lado, o Irã descartou qualquer possibilidade de retomar as negociações com os Estados Unidos enquanto durar a ofensiva israelense.
De acordo com o chanceler de Israel, Gideon Saar, os ataques iniciados no dia 13 de junho foram “muito significativos”. Em entrevista ao jornal alemão Bild, Saar declarou:
“Já atrasamos em pelo menos dois ou três anos a possibilidade de eles terem uma bomba nuclear (...) Não vamos parar até fazermos todo o possível para eliminar esta ameaça.”
A ofensiva aérea foi lançada sob a justificativa de que Teerã estaria perto de obter uma arma nuclear — algo que os iranianos negam. Como resposta, o Irã tem realizado ataques com mísseis e drones contra alvos israelenses.
Apesar das declarações de Israel, o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, afirmou que o relatório mais recente da agência “não contém nenhuma indicação de que o Irã esteja atualmente desenvolvendo uma arma atômica”.
Antes da escalada do conflito, representantes dos governos de Teerã e Washington mantinham rodadas de negociações na tentativa de restabelecer um novo acordo sobre o programa nuclear iraniano. O último pacto, firmado em 2015, foi enfraquecido após a saída dos Estados Unidos em 2018, durante a administração Donald Trump.
Com o início dos bombardeios, as conversas foram suspensas. O acordo anterior tinha como objetivo garantir que o programa nuclear iraniano tivesse fins exclusivamente civis, em troca da suspensão gradual de sanções econômicas impostas ao país persa.