Bolsonaro pretende barrar reajuste salarial de professores do ensino básico
Atualmente, a lei atrela o reajuste salarial à variação anual do valor por aluno do Fundeb
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
No que depender de Jair Bolsonaro (PL), os professores do ensino básico do Brasil terão um 2022 ainda mais complicado. Isso porque o presidente quer barrar o reajuste de 33% do piso salarial da categoria, que já estava previsto pela Lei do Piso, e a categoria já se mobiliza para intervir judicialmente caso ocorra.
Atualmente, a lei atrela o reajuste salarial à variação anual do valor por aluno do Fundeb, o principal meio de financiamento do ensino básico. De acordo com o critério, o ajuste para 2022 fica em 33,2%, o que faria o salário aumentar de R$ 2.886,24 para R$ 3.845,34.
Atender o piso, contudo, tem sido um problema para estados e municípios, que arcam com o salário dos professores. O reajuste previsto de 33,2% promoveria um impacto de R$ 30 bilhões somente nos cofres dos municípios.
"Destaca-se que o piso hoje não serve apenas como remuneração mínima, mas, como valor abaixo do qual não pode ser fixado o vencimento inicial, repercute em todos os vencimentos do plano de carreira dos professores", diz nota da Confederação Nacional de Municípios.
Enquanto tenta impedir o reajuste do salário dos docentes, o presidente Jair Bolsonaro concedeu aumento para a categoria policial em 2022, o que já tinha causado desconforto em outras categorias.