Homem que furtou bola autografada por Neymar no 8/1 é condenado a 17 anos prisão
STF também determinou pagamento de R$ 30 milhões por danos causados

Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou nesta segunda-feira (30) Nelson Ribeiro Fonseca Júnior a 17 anos de prisão por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Entre as acusações que pesam contra o réu está o furto de uma bola de futebol autografada pelo jogador Neymar, que estava exposta no museu da Câmara dos Deputados.
A decisão foi tomada pela Primeira Turma da Corte em plenário virtual, por maioria de votos. Além da pena de reclusão, o STF determinou que Nelson e outros envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes paguem solidariamente uma indenização de R$ 30 milhões pelos danos causados à estrutura pública.
Nelson foi condenado pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado, associação criminosa e furto qualificado.
Os ministros Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino e Cármen Lúcia votaram pela pena de 17 anos. Cristiano Zanin divergiu, propondo 15 anos de prisão, e Luiz Fux aplicou pena mais branda: cinco anos e seis meses.
Segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Nelson invadiu o Congresso Nacional e furtou a bola, que foi devolvida dias depois. Ele se apresentou à Polícia Federal em Sorocaba (SP), em 28 de janeiro de 2023, e alegou que encontrou o objeto fora da redoma e o recolheu "para protegê-lo e devolvê-lo posteriormente".
A defesa de Nelson pediu sua absolvição, alegando que o processo violou os princípios do contraditório e da ampla defesa, e questionou a competência do STF para julgar o caso. Os argumentos, no entanto, foram rejeitados pela maioria da turma julgadora.