Cármen Lúcia vota a favor e STF forma maioria para condenar núcleo das fake news por trama golpista
Único da Primeira Turma do STF a votar contra foi Luiz Fux

Foto: Gláucio Dettmar
Nesta terça-feira (21), a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, votou a favor para condenar os sete réus do núcleo da desinformação, núcleo 4, por tentativa de golpe de Estado. Após o voto da parlamentar, a Primeira Turma do STF já tem maioria para condenar os acusados.
Apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), as denúncias foram aprovadas pelos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Flávio Dino, além, de claro, Cármen Lúcia. Único a ser divergente dos demais foi Luiz Fux, votando contra. Na visão de Fux, o Supremo era incompetente para analisar o caso.
Por outro lado, a ministra reforçou que a disseminação de mentiras podem levar a quebra da hegemonia, afetando integridades dos resultados eleitorais.
"Este núcleo com essa disseminação de mentiras, chamada de desinformações, leva a quebra ou à possibilidade de quebra da hegemonia, integridade dos resultados eleitorais apurados e à própria confiabilidade dos agentes públicos responsáveis pela garantia das instituições democráticas", disse a ministra no voto.
Cinco crimes compõem a acusação dos réus: dano qualificado pela violência e grave ameaça, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada e deterioração de patrimônio tombado.
Saiba quem são os componentes do "núcleo 4":
Giancarlos Rodrigues - subtenente, Giancarlos é acusado de divulgar mensagens e áudios que defendem uma possível fraude eleitoral
Guilherme Almeida- O tenente-coronel responde por, supostamente, divulgar mensagens e áudios que quebram a ordem constitucional e defendem a fraude eleitoral
Ailton Barros- Por sua vez, o major da reserva é acusado de articular militares e civis golpistas para pressionarem Mauro Cid a convencer o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para dar um golpe de estado
Reginaldo Abreu- O coronel é acusado de manipular relatórios oficiais do Exército
Carlos Cesar Rocha- Presidente do IVL (Instituto Voto Legal), Carlos responde por, supostamente, divulgar relatório falso sobre falhas nas urnas e contestar o resultado eleitoral democrático
Marcelo Bormvet- Policial federal acusado de usar, de forma ilegal, os recursos da Abin para espionar opositores
Ângelo Denicoli- o major da reserva Acusado de produzir e disseminar documentos falsos sobre as urnas eletrônicas