MPT abre inquérito para investigar empresários que torturaram funcionários na BA

O Ministério Público do Trabalho na Bahia (MPT) vai investigar os empresários acusados de torturar dois funcionários em uma loja na Lapa, em Salvador, no último dia 19. Os colaboradores informaram que foram submetidos a uma sessão de tortura, incluindo queimaduras com ferro quente.

De acordo com uma das vítimas, o homem, identificado como Alexandre Carvalho Santos, alegou falsamente que os dois funcionários roubaram R$ 30 da loja. As vítimas negam que tenham cometido o furto. 

O advogado dos funcionários cobrou rapidez no processo nesta segunda-eira (29), na delegacia que investiga o caso. De acordo com o MPT, informações da Polícia Civil foram solicitadas e os empresários e vítimas terão que prestar depoimento. 

Relatos das vítimas

"Ele falou: 'eu só não vou queimar sua testa porque você já é feio. Com a testa queimada vai ficar mais feio ainda, então vou queimar na mão'", disse William de Jesus, de 21 anos. 

O jovem também informou que chegou a trabahar no dia da agressão. "No momento em que estava me batendo, eles estavam gravando e dizendo para que eu confessasse. Eu falei: 'não vou confessar nada, porque eu não roubei nada'".

A outra vítima, identificada como Marcos Eduardo, contou que sofreu ameaças de morte. "É traumatizante. Eu não durmo direito, me assusto de madrugada porque ele me ameaçou de morte. Falou que, se não tivesse gostado [da tortura], era para dar queixa", disse.

"Eu não preciso disso [roubar]. Eu tenho um filho, pago aluguel, trabalho. Acordava às 5h da manhã todos os dias, para trabalhar para ele. Saia quase 20h da noite. Fechava a guia e ainda ficava. Se eu fosse roubar, eu não ia roubar só R$30", completou Marcos. 

Os dois jovens, assim como um dos agressores, já prestaram depoimento na delegacia. O segundo suspeito, que teria filmado a tortura, vai ser ouvido pela polícia. 

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