Motta envia quatro pedidos de cassação ao Conselho de Ética contra Eduardo Bolsonaro
Segundo as denúncias, Eduardo quebrou o decoro parlamentar e apoia decisões que afetam o país
Foto: Mario Agra / Câmara dos Deputados
Nesta sexta-feira (15), Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara dos Deputados, enviou quatro pedidos de cassação ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O pedido foi enviado ao Conselho de Ética da Casa, com três pedidos feitos pelo PT e uma PSOL. As queixas já estavam na mesa de Motta há semanas, mas somente nesta sexta, após pressão da base governistas, que o envio foi feito.
Segundo as denúncias apresentadas, Eduardo Bolsonaro quebrou o decoro parlamentar por ser a favor de sanções a autoridades brasileiras, tais como a Lei Magnitsky, que proíbe o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, a visitar os Estados Unidos e congela seus bens no país norte-americano. Um dos grandes apoiadores de Donald Trump, o filho do ex presidente Jair Bolsonaro (PL) também se mostrou favorável ao "Tarifaço", tarifas de 50% aplicadas nas exportações brasileiras aos Estados Unidos.
Líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ) declarou que o pedido não é pela ausência física, e sim, por um mau uso do mandato para atacar a democracia e soberania nacional.
"Não se trata apenas de ausência física, mas de um uso político do mandato a partir do exterior para atacar a democracia e a soberania nacional, com grave prejuízo à imagem do Parlamento e aos cofres públicos. É dever da Mesa agir para impedir a malversação de recursos públicos e para proteger o erário, com fundamento nos princípios constitucionais da moralidade e eficiência (artigo 37 da Constituição)”, disse Lindbergh.
Ainda na visão de Motta, a decisão do deputado de ir para os Estados Unidos e atuar contra o Brasil é contra o exercício parlamentar, já que Eduardo poderia ser contra o julgamento contra seu pai, mas não tomar decisões que afetassem diretamente o país natal.
Por sua vez, o filho 03 de Bolsonaro, afirmou que o presidente da Câmara já está no radar das sanções do governo americano. Ele afirma que só recuará com o avanço da anistia às condenações dos ataques do dia 08 de janeiro de 2023.
"Eles [Motta e Alcolumbre] já estão no radar, e as autoridades americanas têm uma clara visão do que está acontecendo no Brasil e sabem que, por exemplo, o processo de anistia depende de ser iniciado pela mesa do presidente Hugo Motta", afirmou o deputado em entrevista à BBC News.