Ex-diretor da PF é preso em operação que apura corrupção em órgãos ambientais
Teixeira ocupou a chefia da Diretoria de Polícia Administrativa entre 2023 e 2025
Foto: Reprodução/Serviço Geológico do Brasil
Rodrigo de Melo Teixeira, ex-diretor da Polícia Federal, foi preso nesta quarta-feira (17) no contexto da Operação Rejeito, ação que investiga um amplo esquema de corrupção envolvendo órgãos de fiscalização ambiental e de mineração em níveis estadual e federal.
Teixeira ocupou a chefia da Diretoria de Polícia Administrativa entre 2023 e 2025, sendo um dos principais nomes da PF na atual gestão de Andrei Rodrigues, diretor-geral da corporação. Na hierarquia da instituição, o cargo exercido por Teixeira o posicionava como o terceiro mais importante da organização.
Até o momento, a Polícia Federal não divulgou detalhes sobre o local onde o ex-diretor está detido, nem informações sobre sua defesa. As investigações seguem em andamento.
A Operação Rejeito é resultado de uma força-tarefa que reúne a Polícia Federal, a Controladoria-Geral da União (CGU), o Ministério Público Federal (MPF) e a Receita Federal. Estão sendo cumpridos 79 mandados de busca e apreensão e 22 mandados de prisão preventiva. Além disso, servidores públicos foram afastados de seus cargos, empresas envolvidas tiveram suas atividades suspensas e houve o bloqueio de ativos financeiros que somam até R$ 1,5 bilhão.
De acordo com as autoridades, o grupo criminoso pagava propina a funcionários de órgãos de fiscalização para obter licenças e autorizações ilegais. Isso permitia a exploração irregular de minério de ferro, inclusive em áreas ambientalmente protegidas, resultando em sérios danos ecológicos e colocando em risco comunidades vizinhas.
As investigações apontam ainda que os envolvidos atuavam para dificultar o avanço das apurações, chegando a monitorar autoridades públicas. Parte dos recursos gerados com as atividades ilegais era lavada por meio de operações financeiras sofisticadas. A estimativa é que os lucros obtidos até agora cheguem a R$ 1,5 bilhão, com projeções que indicam a possibilidade de gerar mais de R$ 18 bilhões com os projetos futuros.