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Foragida, Carla Zambelli pode ter que indenizar Câmara por uso irregular de imóvel funcional

Foragida, Carla Zambelli pode ter que indenizar Câmara por uso irregular de imóvel funcional

Deputada licenciada permanece em apartamento da Câmara mesmo após fim do prazo de devolução

| Autor: Redação Varela Net

Foto: Lula Marques / Agência Brasil

A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e atualmente foragida na Itália, poderá ser obrigada a indenizar a Câmara dos Deputados por permanecer ilegalmente em um apartamento funcional em Brasília. O prazo para a devolução do imóvel, determinado pela Casa, expirou no último dia 4 de julho.

De acordo com informações do G1, a defesa de Zambelli deve argumentar que o prazo só deveria começar a contar em caso de cassação definitiva do mandato. No entanto, a Câmara entende que a entrega da moradia funcional é obrigatória após a formalização da licença parlamentar, ocorrida no dia 5 de junho — sendo sete dias por motivo de saúde e 120 dias por questões particulares, o que torna o período não remunerado.

A permanência no imóvel vai contra as regras da Casa, e, caso não haja a desocupação voluntária, Zambelli poderá ter que arcar com uma indenização correspondente ao auxílio-moradia pago a deputados que não utilizam apartamentos funcionais. O valor da indenização será calculado com base no tempo de uso indevido do imóvel.

Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por participação na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ao lado do hacker Walter Delgatti Neto. Ela é alvo de mandado de prisão preventiva expedido pelo ministro Alexandre de Moraes e está incluída na lista de procurados da Interpol. A deputada ainda não se apresentou às autoridades e está foragida há mais de um mês.

Processo de cassação em andamento

Paralelamente à condenação judicial, Carla Zambelli também responde a um processo de cassação do mandato na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. O deputado Diego Garcia (Republicanos-PR) afirmou que pretende se reunir com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e com o presidente da CCJ, deputado Paulo Azi (União Brasil-BA), para discutir os próximos passos do julgamento.

A situação da deputada amplia o impasse institucional envolvendo parlamentares investigados por crimes graves e abre precedentes sobre o uso de benefícios públicos em casos de ausência do país ou descumprimento de decisões judiciais.

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