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Alexandre de Moraes reage a ameaças de sanções: “O STF não se submeterá a outro Estado”

Alexandre de Moraes reage a ameaças de sanções: “O STF não se submeterá a outro Estado”

Ministro vê tentativa de intimidação por parte de Bolsonaro e cita “atos hostis à soberania”

| Autor: Redação Varela Net

Foto: Rosinei Coutinho/STF


Durante a decisão que impôs medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, se manifestou sobre as ameaças de sanções internacionais contra ele, supostamente articuladas por Bolsonaro e seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

O magistrado destacou que as tentativas de intimidação não serão toleradas pelo Judiciário brasileiro. Ao relatar a atuação da Procuradoria-Geral da República (PGR), Moraes escreveu:

“A atuação coordenada entre Jair Messias Bolsonaro, seu filho Eduardo Bolsonaro, para intimidar autoridades brasileiras e obstruir o curso da ação penal em referência, é ainda verificada em anúncio recente de que ‘haverá severas sanções financeiras’ contra o Ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.”

Em resposta, o ministro afirmou que o Supremo não aceitará qualquer ingerência externa:

“O Poder Judiciário não permitirá qualquer tentativa de submeter o funcionamento do Supremo Tribunal Federal ao crivo de outro Estado.”

Moraes também classificou as iniciativas como atos que ferem diretamente a soberania brasileira. Para ele, a mobilização para impor sanções ao Brasil ou atacar a imagem de ministros da Suprema Corte configura uma violação grave:

“A soberania nacional é a coisa mais bela do mundo, com a condição de ser soberania e de ser nacional”, declarou, citando o escritor Machado de Assis.

Segundo a decisão divulgada nesta sexta-feira (18), o ministro apontou que Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro teriam promovido tratativas com autoridades estrangeiras, com o objetivo de pressionar o Judiciário brasileiro. Moraes afirmou que a conduta revela uma tentativa de "submeter o Supremo ao crivo de outro Estado por meio de atos hostis derivados de negociações espúrias e criminosas, com patente obstrução à Justiça".

A declaração ocorre no contexto das investigações que apuram a suposta articulação de um golpe de Estado após as eleições de 2022 e a tentativa de interferência no andamento dos processos judiciais.

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