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Ariano Suassuna: 98 anos do guardião da cultura nordestina

Ariano Suassuna: 98 anos do guardião da cultura nordestina

Escritor paraibano faria aniversário nesta segunda-feira (16)

| Autor: Antonio Marzaro

Foto: Reprodução/Sport Club do Recife

Hoje, 16 de junho, Ariano Suassuna completaria 98 anos. Acho que o nome não precisa de introdução, não é mesmo? Nascido em 1927, ele se tornou um dos maiores nomes da literatura e da cultura brasileira, deixando um legado que ainda é perceptível em palcos, salas de aula e corações nordestinos. Sua obra é atemporal, sempre com humor, poesia e firmeza na defesa das raízes populares do Brasil. Neste aniversário simbólico, celebrar Ariano é celebrar também o sertão, a fé e o riso que conquistaram o país.

Ariano Vilar Suassuna nasceu em Nossa Senhora das Neves, atual João Pessoa, na Paraíba. Filho de um político assassinado quando ele ainda era criança, mudou-se para o Recife, onde construiu sua vida intelectual. Ali, formou-se em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, mas foi na literatura e no teatro que encontrou sua verdadeira vocação. Defensor das raízes populares do Brasil, Suassuna dedicou-se à valorização da cultura nordestina, em especial do sertão.

Sua obra mais conhecida é “O Auto da Compadecida”, escrita em 1955, que mistura elementos do teatro popular, da literatura de cordel e da religiosidade popular com muito humor e crítica social. A peça ganhou adaptações consagradas para o cinema e a televisão - inclusive com um segundo filme lançado no ano passado - imortalizando personagens como João Grilo e Chicó. Além dela, Suassuna escreveu títulos como A Pedra do Reino e O Santo e a Porca, sempre reafirmando a riqueza cultural do Nordeste.

Mais do que escritor, Suassuna foi um pensador. Criador do Movimento Armorial, nos anos 1970, ele propunha uma arte erudita com raízes populares brasileiras, defendendo a união entre tradição e originalidade. Atuou também como professor da Universidade Federal de Pernambuco, onde influenciou gerações com seu carisma e suas aulas-espetáculo, que misturavam saber acadêmico, causos e reflexões filosóficas.

Ariano Suassuna é considerado um dos maiores nordestinos da história porque foi, ao mesmo tempo, defensor, intérprete e embaixador da cultura do sertão. Sua obra combate estereótipos, valoriza o povo e transforma o que era visto como rústico em algo profundamente belo e universal. Ao morrer, em 23 de julho de 2014, deixou um legado que vai além da literatura: a certeza de que o Brasil é mais rico quando reconhece e valoriza suas raízes.

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