Justiça aumenta pena de líder espiritual condenado por estupro de vulnerável na Bahia
Kléber Aran Ferreira da Silva, de 50 anos, começou a ser investigado em 2020
Foto: Reprodução/Redes Sociais
A Justiça da Bahia aumentou a condenação de Kleber Aran Ferreira da Silva, líder espiritual que atuava no templo Amor Supremo, em Salvador, e que foi denunciado por uma série de abusos sexuais contra seguidoras. A pena, que antes era menor, passou a ser de 50 anos, 16 meses e 25 dias de prisão pelos crimes de estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude. A decisão reforça o entendimento de que o réu se aproveitou de sua posição de autoridade religiosa para manipular emocional e espiritualmente mulheres em situação de fragilidade.
Segundo as investigações conduzidas pelo Ministério Público e pela Polícia Civil da Bahia, Kleber dizia incorporar o espírito “Dr. Fritz” e convencia as vítimas de que determinados atos sexuais eram indispensáveis para rituais e trabalhos espirituais. Em alguns casos, relatos apontam o uso de bebidas alcoólicas para aumentar a vulnerabilidade das mulheres, além de coação psicológica e exploração da fé e da confiança depositadas nele.
Embora não haja dados públicos sobre o número exato de vítimas, os depoimentos coletados indicam que diversas seguidoras foram alvo dos abusos. Muitas delas buscavam no templo conforto espiritual e acabaram submetidas a situações de exploração, sustentadas por manipulação emocional e promessa de cura ou progresso espiritual. O caso ganhou notoriedade em Salvador pela gravidade das acusações e pelo modo como a relação de fé foi usada como ferramenta de controle.
A sentença ampliada pela Justiça baiana representa um recado direto de que líderes religiosos ou espirituais não estão acima da lei, sobretudo quando utilizam a confiança de fiéis para cometer crimes dessa natureza. Embora a defesa ainda possa recorrer, a decisão se soma a um conjunto de ações judiciais que buscam punir com rigor crimes sexuais cometidos em contextos de vulnerabilidade, reafirmando a necessidade de proteção às vítimas e de responsabilização dos agressores.