Trump pede discrição a Eduardo Bolsonaro sobre possível sanção a Moraes
Casa Branca teria solicitado ao deputado que evite comentar investigações contra o ministro do STF

Foto: Joyce N. / Casa Branca
Durante uma reunião realizada nos Estados Unidos, aliados do ex-presidente americano Donald Trump teriam feito um pedido direto ao deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. A solicitação, segundo informações da coluna de Paulo Capelli, do portal Metrópoles, seria para que o parlamentar não comentasse publicamente possíveis sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A recomendação teria partido de integrantes da Casa Branca ligados ao governo Trump, com o objetivo de evitar o vazamento de informações sensíveis que possam comprometer medidas ainda em avaliação. Interlocutores próximos a Trump alertaram que qualquer divulgação prematura poderia dificultar a tramitação das ações em estudo contra o magistrado brasileiro.
O movimento ganhou repercussão após a possibilidade de Moraes ser alvo de sanções com base na chamada Lei Magnitsky, legislação americana que permite punições a autoridades estrangeiras envolvidas em violações de direitos humanos.
A notícia provocou reação imediata do governo brasileiro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acionou o Itamaraty para tentar conter o avanço das articulações. Até agora, porém, as primeiras ações diplomáticas não surtiram o efeito desejado por Brasília.
Na segunda-feira (7), Lula criticou duramente a postura dos EUA. Em declaração pública, o presidente afirmou que o país norte-americano estaria interferindo diretamente na soberania do Brasil ao sugerir que Jair Bolsonaro é vítima de perseguição política.
O episódio intensifica a tensão diplomática entre os dois países e reacende a polarização política em torno do Judiciário brasileiro.