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Moraes determina bloqueio de contas de empresários que defenderam golpe

Suspeitos estão sendo investigados pela Polícia Federal

| Autor: Redação

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Após Alexandre de Moraes ordenar buscas em endereços de empresários por supostas mensagens golpistas pelo WhatsApp, foi determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) o bloqueio de contas bancárias e das redes sociais dos investigados. Moraes ainda solicitou a quebra de sigilo financeiro e expediu mandados de busca e apreensão para os suspeitos. As ordens judiciais foram cumpridas pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira (23).

O caso foi revelado inicialmente pelo portal 'Metrópoles'. As buscas estão sendo realizadas nas residências dos empresários, que ficam no Ceará, em Santa Catarina, em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul.

Confira a lista dos investigados da PF: Afrânio Barreira Filho, do restaurante Coco Bambu; Ivan Wrobel, da W3 Engenharia; José Isaac Peres, do grupo Multiplan; José Koury, dono do shopping Barra World; Luciano Hang, da rede de lojas Havan; Luiz André Tissot, da Sierra Móveis; Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii; e Meyer Joseph Nigri, da Tecnisa.

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, os investigados defenderam abertamente um golpe de Estado, em caso de vitória do ex-presidente Lula nas eleições em outubro deste ano, para assumir o Planalto. A possibilidade de ruptura democrática foi o ponto máximo de uma escalada de radicalismo que dá o tom do grupo de WhatsApp Empresários & Política, criado em 2021.

A defesa explícita de um ato anti-democrático, feita por alguns integrantes, ainda soma-se a uma postura comum a quase todos os empresários: ataques sistemáticos ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a quaisquer pessoas ou instituições que se oponham ao discurso de Jair Bolsonaro, que já coleciona uma série de acusações contra a legitimidade das urnas e do sistema eleitoral.

Empresário se manifesta

Um dos alvos da operação, o empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, afirmou, nesta terça-feira (23), que foi “tratado como bandido”, mas disse estar com a "consciência limpa".

“Sigo tranquilo, pois estou ao lado da verdade e com a consciência limpa”, afirmou Hang, em nota à imprensa. “Desde que me tornei ativista político prego a democracia e a liberdade de pensamento e expressão, para que tenhamos um país mais justo e livre para todos os brasileiros”, prosseguiu.

O empresário disse que trabalhava em sua empresa, às 6h, quando os federais o abordaram e recolheram seu telefone celular.

“Em minhas mensagens em um grupo fechado de WhatsApp está claro que eu nunca, em momento algum, falei sobre golpe ou sobre STF. Eu fui vítima da irresponsabilidade de um jornalismo raso, leviano e militante, que infelizmente está em parte das redações pelo Brasil”, disparou.

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