Ministério das Relações Exteriores do Brasil celebra o anúncio do cessar-fogo entre Israel e Hamas em Gaza
O Itamaraty também reconheceu a atuação dos EUA no processo

Sede do Ministério das Relações Exteriores do Brasil |Foto: Divulgação
Nesta quinta-feira (9), o Ministério das Relações Exteriores celebrou o anúncio do acordo entre Israel e Hamas que determina o fim dos conflitos na Faixa de Gaza. Em nota, o Itamaraty também reconheceu a atuação dos Estados Unidos no processo para alcançar o cessar-fogo.
“O governo brasileiro saúda o anúncio de acordo entre Israel e o Hamas para novo cessar-fogo na Faixa de Gaza, no Estado da Palestina, por meio da implementação da primeira fase de plano para pôr fim ao conflito, transcorridos dois anos de seu início. Reconhece, nesse contexto, o importante papel desempenhado pelos Estados Unidos e valoriza a atuação dos demais países mediadores: Catar, Egito e Turquia”, inicia o comunicado.
Após dois anos de conflito, Israel e Hamas chegaram a um consenso sobre o fim da guerra em Gaza e assinaram, na quarta-feira (8), a primeira fase do plano de paz proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Inicialmente, a expectativa é que reféns israelenses sejam libertados de Gaza, em troca de quase 2 mil prisioneiros palestinos detidos por Israel, além da retirada gradual de tropas israelenses da região e a entrada de ajuda humanitária. Agora, o fim do conflito, anunciado por Trump, depende da aprovação do Gabinete de Israel.
Confira a nota na íntegra:
"O governo brasileiro saúda o anúncio de acordo entre Israel e o Hamas para novo cessar-fogo na Faixa de Gaza, no Estado da Palestina, por meio da implementação da primeira fase de plano para pôr fim ao conflito, transcorridos dois anos de seu início. Reconhece, nesse contexto, o importante papel desempenhado pelos Estados Unidos e valoriza a atuação dos demais países mediadores: Catar, Egito e Turquia.
O acordo, caso venha a ser efetivamente implementado, deverá interromper os ataques israelenses contra Gaza, os quais provocaram mais de 67 mil mortes - com grande número de mulheres e crianças entre as vítimas -, o deslocamento forçado de quase dois milhões de moradores e devastação sem precedentes, com a destruição de grande parte da infraestrutura civil do território. Deverá, ademais, garantir a libertação de todos os reféns remanescentes, em troca de prisioneiros palestinos, a entrada desimpedida de ajuda humanitária, e a retirada das tropas israelenses até linha acordada entre as partes, além de criar as condições para a imediata reconstrução de Gaza, com apoio da comunidade internacional.
O governo brasileiro ressalta a dimensão humanitária do acordo e enfatiza que o cessar-fogo deverá resultar em alívio efetivo para a população civil. Reitera a necessidade de assegurar acesso pleno, imediato, seguro e desimpedido da assistência humanitária e das equipes das Nações Unidas que atuam no terreno.
O Brasil exorta as partes a cumprirem todos os termos do acordo e a engajarem-se de boa-fé em negociações para assegurar a efetivação da retirada completa das forças israelenses de Gaza, o início do urgente processo de reconstrução da Faixa, sob coordenação e supervisão palestina, e a restauração da unidade político-geográfica da Palestina sob seu legítimo governo, em consonância com o direito inalienável de autodeterminação do povo palestino.
O Brasil reafirma a convicção de que uma paz justa, estável e duradoura no Oriente Médio passa pela implementação da solução de dois Estados, com um Estado da Palestina independente e viável, vivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro das fronteiras de 1967, incluindo a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital."