Governo Lula explica como funcionará plano de R$ 30 bilhões contra tarifaço
Medida é em resposta as tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras

Foto: Ricardo Stuckert / PR
Em discurso realizado no Palácio do Planalto, em Brasília, nesta quarta-feira (13), O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o Lula (PT), anunciou um plano de contingência contra o tarifaço. Custando cerca de R$ 30 bilhões, o plano de socorro pretende proteger as empresas nacionais.
O plano é em resposta ao "tarifaço", como ficou conhecida as tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras para os Estados Unidos, apresentado uma semana antes. Similar a prática adotada na pandemia da Covid-19, a Receita Federal está autorizada em adiar a cobrança de impostos nas empresas mais afetadas com as medidas.
Contra a medida proposta por Donald Trump, Lula demonstrou um sentimento de "injustiça" em relação ao tarifaço. Segundo o presidente, o Brasil não teve razão nenhuma para ser taxado.
“O Brasil não tinha nenhuma razão para ser taxado e tampouco aceitaremos qualquer pecha de que desrespeitamos direitos humanos. O que estamos fazendo é o que é feito em países democráticos: julgando alguém com base em provas e depoimentos de testemunhas, com total presunção e inocência. Coisa que eu não tive”, disse Lula.
Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente da República, é o responsável por coordenar a resposta brasileira as medidas anunciadas por Trump. No evento desta quarta (13), o político anunciou que serão feitos incentivos tarifários para as empresas. As maiores receberão 3% de volta do valor importado, enquanto as micro e pequenas serão ressarcidas com 6%.
Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou os Estados Unidos. “Estamos em uma situação inusitada. O Brasil está sendo sancionado por ser mais democrático. É uma situação muito incomum. Está sujeito a uma retaliação injustificável do ponto de vista político e econômico”, destacou.
Além disso, Haddad explicou que o governo oferecerá um seguro de exportações, garantindo que pequenos produtores operem em novos mercados. As mudanças pretendem fortalecer as empresas, com mecanismos de primeiras perdas, acesso a crédito e reduzindo custos.