Gleisi Hoffmann admite discutir a redução das penas dos condenados pelos atos de 8 de janeiro
Ministra afirma também que proposta da oposição é ampla e pode beneficiar líderes golpistas, como Bolsonaro e generais

Foto: Jose Cruz/Agência Brasil
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, declarou nesta quinta-feira (10) que o governo pode discutir a redução de penas para os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023, desde que os supostos líderes da trama golpista não sejam beneficiados.
Segundo informações, Gleisi afirmou que a mediação de pena é defensável, mas criticou o caráter amplo do projeto de anistia apresentado pela oposição.
“Quando a gente fala com alguns parlamentares, eles não sabem disso (que o projeto prevê uma anistia ampla). Isso não é do 8 de janeiro, isso tem a ver com um substitutivo que foi apresentado e que pega todo esse período. Está faltando esclarecimento sobre isso. Falar sobre anistia ou mediação de pena é defensável do ponto de vista de alguns parlamentares, e acho que a gente tem que fazer essa discussão no Congresso. Agora, o que não pode acontecer é uma anistia dos que conduziram um golpe no país”, explicou.
Gleisi afirmou que confia no presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e acredita que ele não colocará o projeto de anistia em votação no plenário.
Segundo a ministra, o texto atual do projeto é muito amplo e pode abrir brechas para beneficiar os supostos líderes da tentativa de golpe. Apesar disso, a oposição conseguiu as 257 assinaturas necessárias para que o requerimento de urgência siga para análise da presidência da Câmara.
Caso a urgência seja aprovada, o projeto pode ser votado diretamente em plenário. “Eu acho que essas assinaturas (do requerimento de urgência) que alguns parlamentares estão colhendo têm muitos que estão desavisados sobre o conteúdo do projeto. Querem realmente uma mediação das penas para aqueles que participaram dos atos de 8 de janeiro, mas o projeto que está lá é um projeto que dá anistia ao Bolsonaro e aos generais. Isso não está explicitado”, afirmou a ministra.