Eduardo Bolsonaro pressiona por sanções dos EUA contra o Brasil após prisão do pai
Deputado diz que só volta ao país com anistia a aliados e impeachment de Moraes

Foto: Pedro França/Agência Senado
Após a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou estar articulando para que os Estados Unidos ampliem as sanções ao Brasil como forma de represália à medida judicial.
As declarações foram dadas em entrevista à colunista Bela Megale, do jornal O Globo. Eduardo relatou que já levou o caso ao conhecimento de autoridades norte-americanas e espera uma resposta contundente do governo estadunidense.
"Estou levando a prisão ao conhecimento das autoridades americanas e a gente espera que haja uma reação. Não é da tradição do governo Trump receber essa dobrada de aposta do Alexandre de Moraes e nada fazer. O que eles vão fazer, eu não sei. Não sei se isso vai passar pela mesa do Trump ou pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. Espero que haja uma reação nos próximos momentos", declarou.
A prisão de Bolsonaro foi determinada na segunda-feira (4), após o ministro entender que o ex-presidente violou medidas cautelares ao participar de manifestações realizadas no domingo (3).
Na mesma entrevista, Eduardo admitiu que não pretende retornar ao Brasil tão cedo e condicionou sua volta à aprovação de uma anistia ampla para aliados de seu pai e ao impeachment de Alexandre de Moraes.
"Se eu retornar [ao Brasil], sei que vou ser preso. Primeiramente, tenho que tirar o Alexandre de Moraes dessa equação, anular ele, isolá-lo. A gente tem que aprovar uma anistia para que alcance todos os perseguidos por Moraes. Os meus planos aqui são: ou tenho 100% de vitória, ou 100% de derrota. Ou saio vitorioso e volto a ter uma atividade política no Brasil, ou vou viver aqui décadas em exílio. É o que eu estou assumindo, estou aceitando esse risco, porque eu acho que vale a pena", afirmou.
Eduardo está nos Estados Unidos desde a intensificação das investigações contra figuras próximas ao bolsonarismo. O deputado reforçou que sua permanência no exterior faz parte de uma estratégia política e pessoal diante do atual cenário.