‘Cheiro de golpe’: Jerônimo critica tarifaço de Trump e defende Lula

Durante visita a Juazeiro, no norte da Bahia, nesta quinta-feira (17), o governador Jerônimo Rodrigues (PT) acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no anúncio de uma série de investimentos federais, com destaque para o setor da saúde, por meio do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Em entrevista à imprensa, Jerônimo agradeceu o retorno de Lula à Bahia apenas duas semanas após a participação do presidente nos festejos do 2 de Julho, e destacou o simbolismo da data.
“O 2 de julho é uma agenda nacional, porque é a Independência do Brasil na Bahia, mas ele tomou um banho de povo. O povo louco querendo pegar na mão dele e abraçar, ele saiu muito fortalecido. E foi consequência, porque na véspera, no dia anterior, ele enviou para o Congresso Federal um projeto de lei que cria a consolidação da Independência do Brasil na Bahia”, disse.

O governador também ressaltou a importância do evento em Juazeiro para a região.
“Lula volta duas vezes para a gente poder hoje fazer uma agenda. Ele vai vir aqui prestigiar Juazeiro, prestigiando o Vale do São Francisco e a Bahia em anunciar o resultado de investimentos volumosos na saúde brasileira. Eu só tenho a agradecer a ele”, completou.

Ao comentar o recente aumento de tarifas anunciado pelos Estados Unidos, Jerônimo fez duras críticas ao ex-presidente Donald Trump, chamando-o de “xerife do mundo”, e reforçou o papel de Lula na articulação internacional.

“Ele [Lula] vai receber toda a energia nossa para enfrentar esse desmando de um presidente [Trump] que quer ser xerife do mundo. O mundo não vai aceitar um xerife. Nós estamos vendo o movimento do presidente Lula indo para o Mercosul. O que é que o Lula fez na Argentina na semana passada? Discutindo com os países do Mercosul, a sua força, a nossa força. Trouxe para o Brasil a reunião do BRICS para fortalecer a força dos países do BRICS”, afirmou.

Em tom mais enfático, Jerônimo repudiou qualquer tentativa de subordinar o Brasil aos interesses americanos.
“Não adianta a gente querer imaginar que ele [Trump] vai dominar o mundo e fazer o Brasil o quintal dele. O Brasil não é quintal dos Estados Unidos”, declarou.

O governador baiano também mirou na oposição interna ao governo Lula, especialmente nos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo Jerônimo, o aumento das tarifas seria parte de um plano para enfraquecer a gestão petista.

“Quero dizer a vocês: nós somos patriotas, eu sou patriota. Eu amo minha pátria, ninguém vai tomar o meu hino. Ninguém vai tomar a bandeira nossa verde e amarela de nenhum brasileiro. Para mim, essa conversa de taxação, de tarifaço é cheiro de golpe. Estão querendo enfraquecer o presidente”, afirmou.

“Para mim, o que está com cheiro é o que fizeram com a Dilma. Esfacelando, enfraquecendo o Brasil, o presidente Lula e isso não vai acontecer”, concluiu.