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ONU condena assassinato de Mãe Bernadete e cobra investigação célere

Entidade dambém pede adoção de medidas de proteção e reparação para os familiares e a comunidade liderada por ialorixá baiana

| Autor: Redação

Foto: Reprodução/Redes sociais

A ONU (Organização das Nações Unidas) divulgou um comunicado neste sábado (19) em que condena o assassinado da líder quilombola e ialorixá Bernadete Pacífico, a Mãe Bernadete, morta com 12 tiros, na quinta-feira (17), dentro de sua casa e terreiro religioso, em Simões Filho (BA).

No texto, o Escritório Regional para a América do Sul da ONU Direitos Humanos insistiu que o caso não pode permanentes impune. "A ONU Direitos Humanos manifesta sua solidariedade com a família e a comunidade dessa reconhecida mulher negra, quilombola, representante de uma religião de matriz africana e defensora do seu território", disse a entidade, segundo o colunista Jamil Chade, do portal UOL.

Bernadete liderava a Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq) e foi secretária de Promoção da Igualdade Racial de Simões Filho.

Ela denunciava as ameaças sofridas e, segundo a ONU, seu apelo foi apresentado a distintas instâncias governamentais, o que demonstrou não ter sido suficiente para protegê-la da violência extrema.

"A ONU Direitos Humanos convoca o Estado brasileiro a realizar uma investigação célere, imparcial e transparente, e que sejam respeitados os mecanismos de proteção legal para o amparo das comunidades quilombolas, bem como medidas de proteção e reparação para os familiares e a comunidade de Bernadete Pacífico", disse.

"Diante da constante violência, o organismo reforça o apelo pela proteção a lideranças e pessoas defensoras dos direitos humanos", declarou a ONU.

Nesse sentido, a entidade convoca o Brasil a "cumprir seu dever de proteger a vida, a integridade pessoal, os territórios, a liberdade religiosa e os recursos naturais desses povos".

"Este crime terrível não pode ficar impune. É um lamentável novo exemplo dos perigos que as comunidades quilombolas enfrentam diante da violência daqueles que ameaçam seus territórios e sua cultura", disse Jan Jarab, representante da ONU Direitos Humanos na América do Sul.

A liderança estava empenhada na busca de justiça pela morte do seu filho Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, conhecido como Binho do Quilombo, também assassinado a tiros em 2017.

"A Yalorixá sempre denunciou a violência enfrentada pelas comunidades quilombolas", completou a ONU.

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