Trump alerta que grávidas não devem usar Tylenol e associa uso a risco de autismo
Presidente americano cita alerta da FDA, enquanto especialistas ponderam sobre a falta de evidências conclusivas

Foto: AP Photo/Mark Schiefelbein
Nesta segunda-feira (22), o presidente Donald Trump anunciou que a FDA (Food and Drug Administration) notificará médicos de que o uso de Tylenol durante a gravidez "pode estar associado a um risco maior de autismo".
"Tomar Tylenol não é bom. Eu digo: não é bom", declarou Trump. “Eles [FDA] recomendam fortemente que as mulheres limitem o uso de Tylenol durante a gravidez, a menos que seja clinicamente necessário”, completou.
O presidente destacou que o medicamento só deve ser usado em casos clínicos específicos, como febre.
Em contrapartida, especialistas afirmam que o autismo é causado por múltiplos fatores e que a ciência sobre a relação entre o uso de Tylenol durante a gravidez e o autismo ainda não é conclusiva.
O Tylenol (paracetamol) é considerado a única opção de venda livre segura para gestantes. Outras alternativas comuns, como ibuprofeno ou aspirina, podem aumentar o risco de complicações graves durante a gravidez.
Trump fez o anúncio no Salão Oval acompanhado do Secretário de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, Robert F. Kennedy Jr., do Comissário da FDA, Dr. Marty Makary, do Diretor dos Institutos Nacionais de Saúde, Dr. Jay Bhattacharya, e do Administrador dos Centros de Serviços Medicare e Medicaid, Dr. Mehmet Oz.
O presidente agradeceu a Kennedy, “o homem que trouxe essa questão para a vanguarda da política americana, junto comigo”, e afirmou: “Nós entendemos muito mais do que muitas pessoas que estudaram o assunto”.
Fabricante nega risco
A fabricante do Tylenol, Kenvue, afirmou que realizou um “intercâmbio científico” com autoridades do Departamento de Saúde dos EUA e recomendou que gestantes consultem um médico antes de usar qualquer medicamento de venda livre.
“O paracetamol é a opção mais segura de analgésico para gestantes, conforme necessário, durante toda a gestação”, afirmou a empresa em comunicado.
“Sem ele, as mulheres enfrentam escolhas perigosas: sofrer com condições como febre, que podem ser prejudiciais à mãe e ao bebê, ou recorrer a alternativas mais arriscadas. Mais de uma década de pesquisas rigorosas confirma que não há evidências confiáveis que vinculem o paracetamol ao autismo. Apoiamos os profissionais de saúde pública e médicos que revisaram essa ciência e concordam”, concluiu a fabricante.