Rico Melquiades ensina senadores a jogar “Jogo do Tigrinho” e revela bastidores das apostas em CPI
Durante sessão da CPI das Bets, influenciador demonstra funcionamento de plataforma de apostas e admite uso de conta simulada para divulgar jogos
Rico Melquiades durante CPI das Bets |Foto: Reprodução / TV Senado
O influenciador digital Rico Melquiades protagonizou um momento inusitado na CPI das Apostas Esportivas, ao explicar aos senadores como funciona o polêmico “Jogo do Tigrinho”. A apresentação aconteceu nesta quarta-feira (14), durante seu depoimento ao colegiado, que investiga a atuação de influenciadores na promoção de cassinos e sites de apostas virtuais.
A iniciativa da demonstração partiu da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da CPI, que solicitou a Melquiades uma simulação ao vivo das apostas. Também acompanharam a atividade os senadores Izalci Lucas (PL-DF) e Hiran Gonçalves (PP-RR), presidente da comissão. Durante a exibição, Rico comentou os resultados de suas apostas: “perdi na primeira tentativa e ganhei em outras”.
Após a demonstração inicial, Soraya pediu que ele realizasse novas apostas, mas o influenciador recusou. Segundo Melquiades, ele evitou continuar jogando por respeito ao público que acompanhava a sessão.
“Não me sinto confortável apostando aqui, principalmente para não incentivar quem está assistindo”, explicou.
Ele também mencionou que faz apostas diariamente, mas reforçou que vê os jogos como uma forma de entretenimento e uma ferramenta pessoal para lidar com a ansiedade e o vício em cigarro.
No decorrer de seu depoimento, Rico admitiu ter utilizado contas "demo", fornecidas pelas plataformas para simular ganhos fictícios com o objetivo de atrair novos apostadores. No entanto, afirmou que suas postagens mais recentes são feitas a partir de contas reais, com base em apostas autênticas.
Questionado sobre a legalidade de suas ações, Melquiades negou envolvimento com casas de apostas irregulares e enfatizou que não lucra com prejuízos de outras pessoas. “Não ganho em cima da desgraça alheia”, disse. O influenciador, que soma cerca de 10 milhões de seguidores nas redes sociais, se apresenta como embaixador de uma plataforma que ainda não possui autorização oficial do Ministério da Fazenda para operar no Brasil.
