Prefeito de Ananindeua é afastado após operação do MP por suspeita de fraudes e corrupção
Daniel Santos nega acusações e afirma que decisão judicial é arbitrária e sem defesa prévia

Foto: Divulgação
O prefeito de Ananindeua, Daniel Santos (PSB), foi afastado do cargo nesta terça-feira (5) por decisão do Tribunal de Justiça do Pará (TJ-PA), após ser alvo da Operação Hades, deflagrada pelo Ministério Público do Estado (MP-PA). A ação investiga suspeitas de fraudes em licitações públicas e possíveis práticas de corrupção ativa e passiva no município da Região Metropolitana de Belém.
A medida foi determinada pelo desembargador Pedro Sotero e inclui, além do afastamento do prefeito, o cumprimento de mandados em diversos endereços ligados a ele — incluindo sua residência, a sede da prefeitura e imóveis localizados tanto dentro quanto fora do estado do Pará. A operação também incluiu medidas cautelares, conforme informado pelo MP.
Por meio de nota oficial, a prefeitura de Ananindeua classificou a decisão como “arbitrária” e baseada em uma decisão monocrática, sem que houvesse a possibilidade de defesa prévia por parte do gestor. O prefeito, por sua vez, utilizou as redes sociais para criticar a decisão judicial e anunciou que pretende recorrer.
"Pediram meu afastamento, baseado em uma história mentirosa, sem ao menos me dar oportunidade de me defender. Esse tipo de situação vocês só vão encontrar em um tipo de regime: nas ditaduras", escreveu Daniel Santos.
A defesa do prefeito ainda não se manifestou formalmente, mas a equipe jurídica deve ingressar com recurso para tentar reverter o afastamento.
A Operação Hades segue em andamento e é mais um desdobramento das ações do MP do Pará no combate à corrupção na administração pública. O caso gerou repercussão na política local e pode impactar a gestão de um dos principais municípios do estado.