Hytalo Santos se defende de acusações e diz que vídeos com adolescentes retratam “cultura da periferia”
Durante a audiência, Hytalo descreveu sua convivência com os jovens como uma relação de proximidade afetiva

Foto: Reprodução/TV Globo
Durante o depoimento, o influenciador digital Hytalo Santos explicou que seus vídeos, que mostram adolescentes, não tinham conteúdo pornográfico. Ele afirmou que as gravações apenas retratavam a rotina e as coreografias do ritmo brega funk, bastante popular na periferia. O programa Fantástico teve acesso aos depoimentos dele e do marido, Israel Vicente, conhecido como Euro, no processo que investiga crimes relacionados à divulgação de conteúdos com menores de idade.
Hytalo e Israel estão presos desde agosto, após a circulação de um vídeo do influenciador Felca, no qual ele denunciava a “adultização” de crianças e adolescentes na internet.
Durante a audiência, Hytalo descreveu sua convivência com os jovens como uma relação de proximidade afetiva. Ele afirmou que os vínculos estabelecidos eram semelhantes aos de uma “família”.
"Eu me sinto até um pouco constrangido por ter feito tanto por essas crianças, tanto por esses adolescentes que estão colocados aqui nos autos e ter que responder, por mais que seja obrigatório estar respondendo aqui, mas me dói, me dói muito."
O influenciador negou ter produzido qualquer tipo de material sexual. "Eu nunca cheguei a gravar vídeos com cenas pornográfic*s nem com cunho sexual. A gente só gravava a nossa rotina com a cultura de periferia, que é de onde eu venho. Entre Recife e João Pessoa, o ritmo mais escutado hoje é o brega funk. As coreografias e os passos usados, por alguns, são vistos com esse olhar. Mas para a gente que é da periferia, é arte."
A denúncia do Ministério Público da Paraíba acusa Hytalo e Israel de tráfico humano, exploração sexual e produção e divulgação de pornogr*fia infantil. A investigação aponta que os dois publicavam vídeos em que adolescentes apareciam dançando, e alguns deles moravam na casa do casal, localizada em um condomínio fechado em Bayeux, na Grande João Pessoa.
Ao ser questionado sobre comentários de teor sexual feitos nas postagens, Hytalo afirmou: "Como nossos vídeos tinham muita repercussão, os comentários chegavam a ter 20 mil, 30 mil. E a maioria era baseada na força de cada personagem, como era visto por eles."
Ele negou ainda que recebesse pagamentos das plataformas pelas gravações, justificando que sua renda vinha de publicidade e rifas consideradas regularizadas.
Em relação à remuneração dos adolescentes que apareciam nos conteúdos, Hytalo respondeu. "Os pais eram, mas não por obrigação, não por combinado. Eu me sentia no direito de fazer por eles."
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