Erika Hilton aciona Justiça contra Antônia Fontenelle por falas racistas e transfóbicas
Processo foi protocolado no último sábado (19), no Tribunal de Justiça de São Paulo

Foto: Reprodução/Redes sociais
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) entrou com uma ação judicial contra a apresentadora Antônia Fontenelle após declarações consideradas racistas e transfóbicas publicadas em vídeo nas redes sociais. O processo foi protocolado no último sábado (19), no Tribunal de Justiça de São Paulo, e pede indenização de R$ 50 mil por danos morais.
O episódio que motivou a ação ocorreu durante comentários feitos por Fontenelle em seu canal no YouTube, enquanto ela opinava sobre a votação de um projeto de lei que endurece o tempo de cumprimento da pena em regime fechado para condenados por crimes hediondos. Ao criticar parlamentares que votaram contra a proposta, a apresentadora atacou diretamente Erika Hilton com falas ofensivas e discriminatórias.
No vídeo, posteriormente apagado, Fontenelle se refere à deputada com termos pejorativos e de cunho racial: “Entre os votos contrários estão de Erika Hilton. Esperar o quê de você, né? Que tinha um nariz desse tamanho [fazendo sinal com o dedo] e um cabelo de preta, que é o que você é, preta, e um discurso mentiroso”.
A apresentadora também sugeriu que Erika tenta se “apropriar” de uma identidade que não seria sua: “Parem de querer ser brancos e ser loiros porque vocês não são. Você também não é, querida”.
Fontenelle ainda ameaçou a parlamentar ao dizer: “Por causa desse voto, você, Erika Hilton, é minha inimiga. E a gente vai dar de cara logo, logo. Anota o que estou te falando”.
Na sequência, ela atacou a identidade de gênero da deputada: “Só que não é e nunca vai ser. É uma trans que teve a chance de mostrar que poderia ter caráter, independente de ser uma trans ou qualquer outra coisa. Mas você não tem. E eu não sou o Nikolas [Ferreira], se vier pra cima de mim eu puxo a peruca e te deixo careca… Porque, ó, isso aqui é meu [disse, puxando o cabelo] e ninguém vai mudar essa porra”.
A ação judicial movida por Erika Hilton se baseia na gravidade das declarações, que segundo a defesa, configuram ataques à honra, à dignidade e à identidade da parlamentar, além de incitarem o preconceito racial e transfóbico.