Após condenação por trama golpista, Ministério da Justiça demite Ramagem e Anderson Torres da PF

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, assinou nesta quarta-feira (3) as portarias que formalizam o desligamento de Alexandre Ramagem e Anderson Torres da Polícia Federal. Os atos, que representam a demissão dos dois, serão publicados no Diário Oficial da União desta quinta-feira (4).

As medidas cumprem decisões do Supremo Tribunal Federal, que condenou Ramagem e Torres por tentativa de golpe e determinou a perda dos cargos ocupados por eles na PF. Apesar da demissão, ambos seguem respondendo a processos administrativos disciplinares (PADs), que continuam em tramitação, conforme apurou a TV Globo.

Deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro, Ramagem dirigiu a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Jair Bolsonaro. Em setembro, ele foi condenado pela Primeira Turma do STF a 16 anos de prisão por utilizar a estrutura da Abin para monitorar adversários políticos e reforçar ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral. O ex-diretor está nos Estados Unidos, para onde viajou no mês do julgamento.

Anderson Torres também foi condenado pela Primeira Turma do STF, a 24 anos de prisão. Para os ministros, o ex-ministro da Justiça do governo passado e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal participou de articulações golpistas e colaborou com a organização criminosa investigada. Durante buscas em sua casa, a Polícia Federal apreendeu a minuta de um decreto de estado de defesa, considerada pela Procuradoria-Geral da República como prova da conspir ação.

Torres está preso no 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, no Complexo Penitenciário da Papuda, conhecido como “Papudinha”.