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Outubro Rosa: Homens também têm papel decisivo na luta contra o câncer de mama

O parceiro pode ser um pilar emocional, prático e informativo durante o processo de enfrentamento da doença

| Autor: Bruno Oliveira
Outubro Rosa: Homens também têm papel decisivo na luta contra o câncer de mama

Foto: Shutterstock

Receber um diagnóstico de câncer de mama é um dos momentos mais delicados na vida de uma mulher. Além dos desafios físicos e emocionais que o tratamento impõe, o apoio de pessoas próximas se torna um fator determinante para o sucesso da recuperação. Entre essas presenças, o papel do homem — seja ele companheiro, marido, filho ou amigo é fundamental.

No Brasil, o câncer de mama está entre os tipos mais recorrentes entre as mulheres e segue como foco de políticas públicas de detecção precoce e controle. Campanhas nacionais e internacionais reforçam que o cuidado não deve ser apenas médico: ele deve envolver também apoio psicológico, social e familiar. É nesse contexto que o envolvimento masculino ganha destaque.

Mais do que parceiro: um amigo

O tratamento contra o câncer de mama é longo e, muitas vezes, doloroso. Cirurgias, sessões de quimioterapia e alterações hormonais afetam o corpo e o emocional da mulher. Nessa fase, ela precisa mais do que um parceiro íntimo, precisa de um amigo, alguém disposto a ouvir, acolher e oferecer ombro e serenidade. Pequenos gestos de carinho, atenção e delicadeza podem ter um impacto imenso sobre o bem-estar da paciente.

Pesquisas recentes apontam uma relação direta entre o apoio do parceiro e o bem-estar físico e emocional das mulheres em tratamento ou em remissão. A satisfação no relacionamento conjugal está associada a melhores indicadores de saúde, sono e menor estresse. Quando o homem participa ativamente, acompanhando consultas, dividindo tarefas e aprendendo sobre o processo, a mulher se sente mais amparada e confiante.

Como esse apoio se manifesta na prática

O envolvimento masculino pode se dar em diversas dimensões, todas igualmente importantes:

Apoio emocional: estar presente, ouvir sem julgamentos e permitir que a mulher expresse medos, frustrações ou raiva.

Apoio informativo: participar das consultas, anotar dúvidas, buscar informações confiáveis sobre o tratamento e seus efeitos.

Apoio prático: ajudar nas tarefas domésticas, cuidar da alimentação, acompanhar ao hospital e dividir responsabilidades cotidianas.

Reconfiguração da intimidade: compreender as mudanças físicas e emocionais decorrentes do tratamento, como mastectomia e variações hormonais e dialogar sobre novas formas de vivenciar o afeto e a sexualidade.

Mais humanidade no tratamento

O tratamento do câncer de mama não se resume a cirurgias ou medicamentos. Ele envolve o universo pessoal da paciente sua autoestima, sua intimidade e sua rede de apoio. O homem que compreende isso e se posiciona como parceiro ativo, cuidador e amigo transforma o processo de tratamento em uma jornada mais leve, humana e compartilhada.

Reconhecer também que o parceiro precisa de orientação e suporte emocional é essencial. Quando o sistema de saúde e a sociedade acolhem essa dupla paciente e cuidador, o tratamento se torna mais eficaz, e o enfrentamento da doença, mais humano.

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