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Dia do poeta celebra a força da palavra e a beleza da criação literária

Data homenageia os escritores que transformam sentimentos em versos e reforça a importância da poesia na cultura brasileira

| Autor: João Victor Viana
Dia do poeta celebra a força da palavra e a beleza da criação literária

Foto: Reprodução FreePik

No dia 20 de outubro, o Brasil celebra o Dia do Poeta, data dedicada a quem transforma o sentimento em palavra e a palavra em arte. Mais do que uma homenagem, o dia é um reconhecimento à poesia como uma das formas mais belas e universais de expressão humana. Seja em livros, nas ruas, nas redes sociais ou nas canções, o poeta traduz o que muitos sentem, mas poucos conseguem dizer.

A origem da data volta a 1976, quando o grupo 'Poetar', em São Paulo, decidiu criar um dia para comemorar a poesia e estimular o surgimento de novos escritores. Desde então, o dia 20 de outubro se tornou símbolo de resistência cultural, lembrando que o poema também é uma forma de luta, através da liberdade, identidade ou afeto.

A Bahia, com sua riqueza cultural e tradição literária, sempre foi um terreno fértil para a poesia. Nascido em Curralinho, o baiano Castro Alves é um dos nomes mais lembrados neste dia 20. Conhecido como o "poeta dos escravos", ele usou seus versos para denunciar injustiça e clamar por liberdade, tornando se um ícone da literatura abolicionista brasileira. Sua obra mais famosa é o "Navio Negreiro", em que ele tentou trazer a realidade das pessoas que passaram pelo tráfico negreiro e sensibilizar o país em relação a esse acontecimento.

Mas a poesia baiana não tem só Castro Alves. O escritor e poeta, Jorge Amado, nascido em Itabuna, retratava em suas obras temas de cunho regionalista e o retrato da vida urbana de Salvador. Além disso, elas também tinha cunho social, pois retratavam a miséria e a opressão do trabalhador e da classe rural. Uma das suas obras mais conhecidas, é 'Capitães de Areia' que retrata a vida de menores delinquentes da Bahia. Já Luís Gama, nascido em Salvador em 1830, ficou conhecido por lutar pela libertação dos negros e pela valorização da cultura negra no Brasil. Um de seus poemas mais conhecidos é "Quem sou eu?", popularmente conhecido como "Bodarrada", em que o poeta traz uma crítica consciente e não elitizada. Já Gregório de Matos, é considerado um dos maiores poetas do período do Barroco, era conhecido como "Boca do Inferno" devido a sua personalidade rebelde e seus sonetos satíricos, que em muitas vezes atacava a sociedade baiana da época.

Além das páginas de livros, a poesia se espalha pelas praças, saraus e redes sociais, ganhando novas formas e leitores. Em Salvador, movimentos como o "Sarau da Onça" e o "Sarau do Cabrito" mostram que os versos continuam vivos, agora com os sotaques das periferias e das vozes jovens que reinventam a forma de poetar.

Em tempos de ansiedade e excesso de informação, a poesia resiste como um espaço de pausa e reflexão. Ela convida o leitor a olhar o mundo com mais calma, a sentir o que normalmente passa despercebido. Como escreveu o próprio Castro Alves no poema "Espumas Flutuantes" “bendito seja o que semeia livros e faz o povo pensar”.

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