Novembro Azul: informação e diálogo são as melhores armas contra o câncer de próstata
Campanha reforça que diagnóstico precoce e quebra de tabus podem salvar vidas — exames estão mais modernos, menos invasivos e mais precisos

Foto: Divulgação
O mês de novembro é dedicado à conscientização e prevenção do câncer de próstata, uma doença que, apesar de ter bom prognóstico quando detectada cedo, ainda é responsável por milhares de mortes todos os anos no Brasil e no mundo.
A mensagem central da campanha é direta: falar sobre saúde, superar constrangimentos e procurar avaliação médica pode fazer a diferença entre a cura e a doença avançada.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA) e o Ministério da Saúde, o câncer de próstata é o tipo mais frequente entre os homens — excluindo o câncer de pele não melanoma — e figura entre as principais causas de óbito masculino no país.
Exames que salvam vidas
Dois exames principais são usados na investigação da próstata:
PSA (antígeno prostático específico): exame de sangue que detecta alterações nos níveis da proteína produzida pela próstata. A elevação pode indicar inflamações, crescimento benigno ou mesmo câncer.
Toque retal: permite ao médico avaliar o tamanho, forma e consistência da glândula. Apesar do desconforto e do tabu, é um procedimento rápido, simples e altamente informativo.
Do toque retal à tecnologia por imagem
Por décadas, o toque retal foi o principal método para detectar alterações na próstata. A partir do final do século XX, o PSA revolucionou o rastreamento, permitindo identificar alterações antes de serem palpáveis.
Nos anos 1990, o exame passou a ser usado rotineiramente, abrindo caminho para diagnósticos mais precoces.
Nas últimas décadas, novas tecnologias transformaram o processo diagnóstico. A ressonância magnética multiparamétrica (mpMRI) tornou-se uma etapa-chave entre um PSA alterado e a biópsia, ajudando a localizar áreas suspeitas e guiar biópsias mais precisas, o que aumenta a acurácia e reduz exames desnecessários.
As técnicas de biópsia também evoluíram: hoje é possível realizar biópsias de fusão imagem-ultrassom, que melhoram a detecção de tumores clinicamente relevantes e diminuem falsos positivos.
Embora o debate sobre os benefícios e riscos do rastreamento de rotina continue entre especialistas, há consenso sobre a importância de informar e individualizar a decisão conforme o histórico de cada paciente.
Quando iniciar o acompanhamento
As diretrizes atuais recomendam que homens a partir dos 50 anos conversem com o urologista sobre rastreamento.
Para aqueles com maior risco como homens negros ou com parentes de primeiro grau diagnosticados com câncer de próstata, o acompanhamento deve começar aos 45 anos.
A decisão deve ser tomada em conjunto com o médico, levando em conta idade, expectativa de vida e fatores de risco.
Romper o silêncio ainda é o maior desafio
O constrangimento, a desinformação e o machismo cultural ainda fazem muitos homens evitarem o tema.
Profissionais de saúde e campanhas públicas reforçam que o exame é rápido e que o sucesso do tratamento depende do diagnóstico precoce.
Cuidar da própria saúde não tira a masculinidade de ninguém pelo contrário, é um ato de responsabilidade com a vida e com a família.
Durante o Novembro Azul, programas de saúde pública, sindicatos e empresas intensificam ações para oferecer exames, distribuir informações e promover rodas de conversa que ajudam a quebrar o tabu e a desmistificar os procedimentos.
Mais do que uma campanha, uma atitude de vida
O Novembro Azul cumpre um papel fundamental ao reduzir a barreira do silêncio e incentivar o diálogo entre homens e profissionais de saúde.
Hoje, os exames são mais modernos, menos invasivos e mais eficazes.
Informação, acesso e diagnóstico precoce continuam sendo as melhores armas para vencer o câncer de próstata.
Romper o tabu é um gesto de coragem e também uma estratégia de saúde pública que salva vidas.
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