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Guerra Ucrânia x Rússia: O confronto consegue alcançar a paz?

Confronto alcança o seu terceiro ano seguido

| Autor: Lucca Anthony
Guerra Ucrânia x Rússia: O confronto consegue alcançar a paz?

Foto: Freepik

O ano de 2025 se tornou um período em que grandes conflitos armados iniciados há anos conseguiram ser encerrados, trazendo paz novamente aos povos envolvidos. Acordos de paz entre República Democrática do Congo e Ruanda ou Armênia e Azerbaijão ou principalmente o acordo de paz entre Israel e o Grupo Hamas finalmente foram firmados. Mas, diferentemente do último citado, que ganhou grande proporção midiática e, após muitos esforços, conseguiu ser resolvido, a Rússia e a Ucrânia ainda mantêm uma barreira para o diálogo, alastrando a dor de milhares de pessoas desde fevereiro de 2022. Por conta disso, há uma grande dúvida ao comparar com a paz levantada em outros conflitos: o que falta para esse confronto ser resolvido?

CONFLITO DE INTERESSES E BRIGA POR INFLUÊNCIA

O principal motivo da continuidade dos ataques é a questão da influência, principalmente por parte russa, que quer no acordo o reconhecimento de todos os territórios conquistados, como a Crimeia - principal ponto de oleoduto e poder ucraniano - tendo assim um status permanente nessas áreas dominadas. Com isso, há também a exigência feita pela Ucrânia, que, além do governo não aceitar a perda dos territórios, a população também nega tal ato. 

Outro ponto de destaque é que Kiev quer garantir sua soberania nas fronteiras, com proteção armamentista em locais estratégicos, temendo outros ataques devido à desconfiança histórica já presente na região e garantias de segurança semelhantes às existentes em conglomerados de nações, como a OTAN ou a União Europeia. Entretanto, Vladimir Putin encara tais atos como uma ameaça mais do que estratégica de ataque à Rússia, pois a Ucrânia iria estreitar laços mais profundos com o Ocidente, perdendo seu poder.

Logo, outros líderes mundiais - os quais tentaram intermediar a conversa entre Putin e Zelensky - apontam que a Rússia visa a estratégia de "derrotar no cansaço", obrigando os ucranianos a somente aceitarem o acordo por já não ter condições de se defenderem. Inclusive, o próprio presidente ucraniano, com seus administradores, revelou que o objetivo de um acordo de paz só seria viável quando a própria Rússia também não tivesse mais recursos disponíveis, garantindo uma paz que duraria mais do que um cessar-fogo temporário. 

AJUDA OU PROBLEMA? 

Mesmo a guerra sendo entre dois países da antiga União Soviética, quem se destaca é alguém do outro lado do oceano, mais especificamente dentro dos Estados Unidos. O presidente Donald Trump se tornou o principal nome dentro do conflito, se autoproclamando como o intermediador que acabará com as desavenças presentes. E, de fato, ele fez alguns progressos nesse período. 

No mês de agosto de 2025, no Alasca, o americano se encontrou com Vladimir Putin, feito esse considerado improvável devido aos "grandes nomes" envolvidos e os seus poderes em jogo, uma "guerra fria" entre os comandantes. Mesmo Trump afirmando que houve sim um "progresso" entre os dois lados, a reunião que durou mais de 3 horas terminou sem um anúncio. Até o final do ano, os dois mandatários não se encontraram novamente. 

Foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP

Três dias após o encontro no Alasca, Zelensky e uma comitiva de líderes europeus desembarcaram em Washington para a sua própria reunião com o líder americano. Mesmo sendo destacada como decisiva, a reunião não surtiu efeito imediato (nem até o exato momento), mas mostrou o que estava em jogo pelo lado ucraniano. Zelensky destacou que não irá aceitar ceder nenhum território ocupado pelo adversário e qualquer acordo firmado precisa ser obrigatoriamente acompanhado de garantias internacionais que se aproximem do modelo do Artigo 5 da OTAN. O artigo prevê defesa coletiva em caso de ataque, ou seja, caso a Rússia ataque de novo, todos os países da OTAN contra-atacarão. 

Foto: Reprodução / X

Mesmo sendo o único a ter conversado com os dois lados do conflito desde o início, há quem não acredite que Trump é o nome ideal para trazer a paz novamente. Devido à sua personalidade, atitudes dentro do país, falas ou a forma como demonstra o poder americano, nasce um grande medo de, além de não conseguir dialogar com os dois presidentes, também muito poderosos, criar desavenças que serão faíscas para os futuros confrontos, talvez mesmo maiores. 

Por fim, o conflito entre a Rússia e Ucrânia ainda não foi encerrado devido à forte briga de egos que representa a essência do próprio conflito, onde um país potência não aceita um vizinho seguir outros rumos devido ao medo de perder o seu poder presente. Em consequência, há uma terceira força envolvida, a qual carrega uma faca de "dois gumes". Ou tem o poder de encerrar de vez, ou prejudicará e causará ainda mais danos à sociedade. É necessário conversas, aceitação e renunciar a desejos dos líderes para a paz novamente retornar.  

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