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Mundo virtual: Desafios e perigos do ambiente mais utilizado pelos jovens

Internet e redes sociais são os lugares virtuais em que os jovens mais convivem entre si

| Autor: Lucca Anthony
Jovem moça utilizando redes sociais (imagem ilustrativa)

Jovem moça utilizando redes sociais (imagem ilustrativa) |Foto: Pexels

No mundo tecnologicamente envolvido, relações humanas foram adaptadas para as relações virtuais, se tornando uma realidade comum. Porém, em um mundo novo ainda incerto e nem todo explorado, problemas e perigos se escondem. 

Logo, com o nascimento de novas gerações, crianças e adolescentes já “nascem” convivendo com o virtual, desenvolvendo assim, ligações humanas dentro desse ambiente. Essas amizades, muitas vezes, são de formas anônimas, já que não se sabe além do nome e de uma foto a pessoa com quem se convive do outro lado da tela, trazendo assim um possível perigo ao não saber com quem se está conversando. 

Portanto, na web, muitas pessoas mal-intencionadas se sentem seguras por trás do “anonimato” proporcionado pelo ambiente. Por conseguinte, manipulações com jovens mais novos e criação de desafios perigosos acontecem frequentemente.

LUGAR INSEGURO: 

Com o passar do tempo, mais jovens se expõem excessivamente aos conteúdos online e à vulnerabilidade típica da infância por conta da inocência. Esse é o perfil das crianças e adolescentes que se envolvem nos perigosos desafios que a internet proporciona. 

Segundo dados, nos últimos 10 anos, cerca de 56 mortes foram confirmadas por conta dos desafios online e esse número cresce veementemente. Recentemente, duas meninas faleceram pela prática da provocação, as crianças de 8 anos, uma em Brasília e outra em Pernambuco, ao inalarem desodorante aerossol. 

Diversos fatores, além da ingenuidade infantil, podem ser os causadores dos desafios e propostas perigosas chegam aos conhecimentos dos adolescentes e crianças. Curiosidade, falta de controle parental, falta de orientação escolar e também falta de regulamentação das unidades de segurança.
 
REDES SOCIAIS: 

As redes sociais estão diretamente conectadas na evolução dos compartilhamentos de desafios online. Devido à falta de fiscalização nesses ambientes virtuais, a “fama” aumenta por criar uma sensação do “proibido”, do “desafiador”, estimulando a vontade de participar.

Um dos casos mais conhecidos mundialmente, o Baleia Azul, foi divulgado em uma rede social da Rússia, em 2017, e se espalhou rapidamente por todo o mundo. A Baleia Azul consistia em uma série de 50 desafios, com o objetivo final do participante tirar sua própria vida. O problema ganhou bastante popularidade no Brasil e era divulgado no Twitter (atualmente X), Telegram e WhatsApp, além do Discord. Redes sociais, essas, que a divulgação de conteúdos são expostas mais “tranquilamente”. 

Em uma matéria publicada no G1 em 2023, a rede de conversas Discord ganhou destaque sobre situações criminosas que acontecem dentro do aplicativo. Dividida em servidores, a rede social visa possibilitar trocas de mensagens e chamadas de áudio e vídeos, focada para a rede de videogames. Entretanto, a ferramenta virou uma forma de envolver jovens em um submundo de violência extrema. 

DISCORD: 

“É importante que fique claro que se não se trata mais de desafios que estão sendo praticados por adolescentes. São criminosos, grande maioria maiores de idade, que utilizam a insegurança dessa plataforma em relação às crianças e adolescentes para praticar graves crimes contra meninas”, diz a promotora de justiça, Maria Fernanda Balsalobre.

Por ser uma rede gratuita e focada no público juvenil, meninas muitas vezes ingênuas entram em grupos para socializar. Criam intimidade, são manipuladas a enviarem fotos íntimas, completando o ciclo ao serem ameaçadas a obedecerem aos “novos amigos” a cumprirem o que quiserem. Caso não cumpra, suas fotos serão divulgadas. 

CASO “KING DO DISCORD”: 

Pedro Ricardo Conceição da Rocha teve seu nome virando manchete nacional ao ser apontado como um dos líderes de um esquema de tortura e estupro online, por meio de desafios dentro de seu servidor no aplicativo abordado. Com somente 19 anos, ele foi sentenciado a 24 anos e sete meses de prisão em regime fechado em 2023. 

Segundo investigadores, por conta da sensação de “anonimato e proteção” que a internet proporciona, as piores mazelas humanas eram praticadas lá.

COMO PROTEGER OS JOVENS:

Mesmo não sendo uma “terra-sem-lei”, a web ainda é difícil de ser averiguada por completo pelos órgãos competentes. Logo, para que crianças e adolescentes não se envolvam em desafios e situações perigosas, é necessário um trabalho ativo dos pais e responsáveis sobre o que seus filhos estejam fazendo nas redes.
 
Para ajudar, algumas empresas criaram um programa de “controle parental” ou “monitoramento dos pais”, em seus aplicativos, que dão o suporte na proteção a conteúdos indevidos. É necessário destacar que, caso um jovem esteja passando pelos problemas de aliciamento ou desafios nas redes sociais, é necessário a abertura de um B.O para que as medidas cabíveis, legais e judiciais sejam tomadas. 

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