NotíciasExclusivasFisiculturismo em expansão: como a modalidade vem ganhando força entre os brasileiros

Fisiculturismo em expansão: como a modalidade vem ganhando força entre os brasileiros

Modalidade avança no Brasil, mostrando que vai muito além da estética

| Autor: João Victor Viana
Ramon Dino / Rodrigo Pantera / Victor Alexandre

Ramon Dino / Rodrigo Pantera / Victor Alexandre |Foto: Reprodução / Instagram / @ramondinopro / @rodriigopantera / @victoralexandrecp

O fisiculturismo brasileiro vive uma explosão inédita. Antes visto como um nicho de academias, o esporte agora ocupa os palcos da mídia, das redes sociais e das principais competições do mundo, mobilizando seguidores, patrocínios e atletas com narrativas de superação. Três personagens ilustram bem essa narrativa.

A estrela consolidada: Ramon Dino

Nascido no Rio Branco (AC), Ramon Dino tornou-se símbolo da modalidade no país. Nascido em 9 de fevereiro de 1995, Ramon começou a treinar aos 14 anos, em condições humildes, chegou a fazer calistenia em praças da cidade para ganhar músculos antes de entrar oficialmente nas competições.

No circuito profissional, Dino conquistou o “pro card” em 2018 ao vencer o nacional e desde então acumulou resultados expressivos: top 5 no Mr. Olympia em 2021, vice-campeão em 2022 e 2023 na categoria Classic Physique, e campeão do Arnold Classic Ohio em 2023. Em 2025, o brasileiro alcançou o topo: tornou-se o primeiro brasileiro a vencer o Mr. Olympia na sua categoria.

Mais do que troféus, Dino representa uma história de superação: de origem humilde, superou dificuldades e agora leva o Brasil ao pódio mundial. Há também a presença nas redes sociais, figurando em eventos e influência que ajuda a visibilizar o fisiculturismo no país.

O fenômeno das redes: Rodrigo Pantera

Enquanto Dino consolidava o nome do Brasil nos palcos internacionais, outro fenômeno crescia fora dos palcos. Rodrigo Pantera, natural de Brejões, interior da Bahia, é ex-feirante e ex-pedreiro e transformou sua vida ao registrar treinos, rotina e sua dieta nas redes sociais, acumulando cerca de seis milhões de seguidores.

Conhecido pelo seu jeito calmo de ser, Pantera conquistou em outubro deste ano (2025), a quinta edição do Mr. Olympia Brasil, vencendo a categoria amadora “Classic Physique Open C” e o título Overall, além de garantir o Pro Card da Federação Internacional de Fisiculturismo e Fitness (IFBB).

Sua rotina demonstra o grau de exigência: treinos diários de até três horas e uma dieta que inclui cerca de 15 kg de frango por semana. Pantera é o símbolo de uma nova era: a internet como palco, o fisiculturismo como meio de mobilidade social e visibilidade pública.

Novas promessas surgindo: Victor Alexandre

Na junção entre tradição e novidade, aparece o jovem Victor Alexandre, de 22 anos, filho dos artistas Xanddy e Carla Perez. Ele se prepara para sua estreia no fisiculturismo em novembro deste ano, após uma transformação corporal de 20 kg de massa em cinco anos, saindo de 75 kg para 95 kg.

Victor segue uma dieta rigorosa, em torno de 2.800 calorias diárias, e treina com foco no corpo competitivo, estudando medicina esportiva e já com certificações de personal trainer nos Estados Unidos. Victor representa a nova geração que chega preparada, conectada e com sonhos de levar adiante o legado do fisiculturismo.

Com estes três perfis, o veterano campeão, o influenciador atleta e o jovem estreante, torna-se possível observar alguns dilemas e oportunidades para o fisiculturismo:

?    Disciplina extrema e sacrifício pessoal: treinos diários e dietas rigorosas. Para muitos, é uma escolha de vida
?    Saúde x performance estética: O fisiculturismo valoriza definição e hipertrofia, o que pode causar tensões no organismo, algo que gera debate.
?    Mercado e visibilidade: Redes sociais, patrocínios e eventos estão trazendo mais olhos para a modalidade. Isso pode gerar mais recursos, mas também pressão para “ser visto”.
?    Representatividade social: Atletas como Dino (de origem humilde) e Pantera (do interior) mostram que o esporte pode servir como um meio de mudar de vida.
?    Novos competidores: Já o caso do filho de Xanddy e Carla Perez mostra que jovens ao entrarem cedo, com preparo técnico e disciplina, podem acelerar o ciclo de renovação de atletas.

Resta ao tempo, ao mercado de patrocínios e à comunidade de academia decidir: será que esta modalidade vai se consolidar como um esporte cada vez mais forte no país, com estrutura, ética e visibilidade, ou seguirá como uma “bolha” de hype e estética pontual? Independente da resposta, uma coisa é certa: o fisiculturismo deixou de ser apenas sobre músculos, agora é também sobre histórias, visibilidade e transformação.

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