Entenda como a presença do tráfico impacta o dia a dia de moradores e serviços em Salvador
Entre janeiro e setembro de 2025, Salvador registrou 856 tiroteios, com 647 mortos e 188 feridos

Foto: Ascom/Polícia Civil da Bahia/Haeckel Dias
A violência e o tráfico de drogas em Salvador têm atrapalhado o dia a dia de moradores em muitos bairros. De janeiro a agosto de 2025, 146 dos 171 bairros da cidade registraram tiroteios, o que equivale a cerca de 85% da capital. Esses episódios dificultam o acesso a serviços básicos como saúde, educação e transporte, além de limitar o funcionamento de serviços privados, como entregas e motoristas de aplicativo.
Na educação, o impacto é visível. Em abril, escolas nos bairros Rio Sena, Vila Verde e Mussurunga tiveram aulas suspensas por causa da insegurança causada por tiroteios nas ruas próximas. Mais de 3 mil alunos ficaram sem atividades. Em São Cristóvão, uma escola precisou suspender toda a primeira semana de aulas após sofrer quatro invasões, com roubo de materiais e danos à estrutura.
Serviços privados também são afetados. Motoristas de aplicativos e entregadores evitam entrar em áreas controladas por traficantes por medo de assaltos, confrontos ou cobranças ilegais. Em bairros como Valéria, Águas Claras, Palestina e IAPI, muitos pedidos de delivery são cancelados, e corridas são recusadas. Isso dificulta o acesso da população a produtos e serviços que em outras regiões funcionam normalmente.
O atendimento de emergência pode ter dificuldades em algumas áreas. Em locais com conflitos ou presença de grupos armados, a entrada das equipes pode demorar por questões de segurança. Isso pode atrasar o socorro e prejudicar o atendimento aos pacientes.
Entre janeiro e setembro de 2025, Salvador registrou 856 tiroteios, com 647 mortos e 188 feridos. Os bairros mais atingidos incluem Tancredo Neves, Lobato e Mussurunga. A violência constante limita a circulação de serviços e gera um clima de insegurança para moradores e trabalhadores.
O cenário mostra que a violência em Salvador vai além de confrontos armados. Ela altera a rotina da população e cria barreiras que afetam a saúde, a educação e o acesso a serviços básicos, deixando comunidades inteiras em situação de vulnerabilidade.