Crítica: Truque de Mestre 3 é uma passagem de bastão forçada com bastante 'fã service'

O mais novo filme da aguardada trilogia dos mágicos mais habilidosos do mundo veio com a promessa de trazer novamente a surpresa em relação aos truques, como quando revelados pela primeira vez, há mais de 10 anos, e novidades dentro do universo. Entretanto, "Truque de Mestre 3", mesmo contando com as promessas sendo cumpridas e renovando o elenco, não chega aos pés dos dois primeiros longa-metragens lançados anteriormente, acabando caindo na mesmice de "mais um filme de ação genérico", o que derruba o bom plot do final. 

Iniciando com mais um show comum dos 'Cavaleiros', somos imediatamente apresentados indiretamente aos três protagonistas da obra: Bosco, Charlie e June, um trio de jovens que leva a vida fazendo ilusionismo e retirando dinheiro dos ricos, para distribuir aos pobres - da mesma forma como o grupo original faz nos dois primeiros filmes. Após o fim do tal show, é revelado que os tais "Cavaleiros" presentes não se passavam de uma ilusão feita pelo trio para retirar dinheiro de um magnata das criptosmoedas que roubou aposentados. Ao chegarem em seu esconderijo, eles são surpreendidos por J. Daniel Atlas (Jesse Eisenberg), o principal participante dos 'Cavaleiros', que convoca os jovens para uma missão em prol de desmascarar Veronika Vanderberg (Rosamund Pike), magnata de diamantes na empresa de sua família. Com o decorrer do tempo, o filme traz novamente os personagens queridos: Henley Reeves (Isla Fisher), Jack Wilder (Dave Franco), Merritt McKinney (Woody Harrelson) e Lula May (Lizzy Caplan), com um sabor de nostalgia. 

Entretanto, há um certo problema em utilizar esses recursos em sequências demoradas para serem lançadas. Querendo focar na alegria de reunir personagens queridos pelo público, alguns filmes acabam pecando na construção dos novos personagens e na forma de contar as histórias, como, por exemplo, nos últimos filmes da franquia "Velozes e Furiosos" e em "Homem-Aranha: De volta para casa", em alguns aspectos, sendo exatamente essa problemática que ocorre em "Truque de Mestre 3". Trazendo a icônica forma de mostrar os grandes truques do grupo, alguns pontos da história são passados e explicados de forma rápida e até mesmo um pouco forçada para passar a mensagem para o espectador, fazendo com que os mesmos se sintam estar saindo da imersão dentro da sala de cinema. 

Outro ponto negativo da nova obra do diretor Ruben Fleischer é a presença / aura (ou falta dela) da vilã principal. Comparado aos outros da trilogia, Veronika não consegue ser uma vilã que traga uma presença poderosa que se torne perigosa e esperta o suficiente para encarar o grupo, somente sendo prepotente e se sentindo superior, contando com guardas-costas poderosos. Porém, devido ao BOM plot do final e algumas informações adicionadas de forma sutil sobre a tal vilã (quando se fala sobre seu passado), ela consegue entregar o básico e somente. Acaba que "Truque de Mestre 3" se transformou em um "filme de ação" genérico com um bom final, contando com o roteiro comum: cenas de ação, tiro, carros e adicionando o principal fator e trunfo do filme, as incríveis cenas de mágicas. 

Querendo ou não, o filme é divertido e chama a sua atenção, mas para uma trilogia que começou com "os dois pés na porta", deixou a desejar. No fim, "Truque de Mestre 3" vale a pena ser assistido para conhecer os mais novos personagens - que, seguindo o ritmo do filme, serão os próximos protagonistas - e se surpreender com a sagacidade dos antigos Cavaleiros, além de seu grande carisma.