"Foi assustador": empresário denuncia invasão de Muquiranas a bar LGBT

Mais uma denúncia envolvendo o bloco carnavalesco "As Muquiranas" veio à tona: após o Ministério Público (MP-BA) pedir investigação contra um grupo de foliões que encurralou e agrediu uma mulher no Carnaval de Salvador, o dono de um bar LGBTQIA+ relatou que outros homens tentaram invadir o local.

De acordo com Valécio Santos, dono do Cármen Lounge Bar, localizado na Carlos Gomes, os foliões tentaram entrar no estabelecimento durante a passagem do bloco no circuito Osmar (Campo Grande/Avenida). Valécio relatou ao Metro1 que o grupo pulava e sacudia a porta enquanto gritavam "Uh, é Muquiranas": "Foi assustador. Só pensava ‘meu deus, se esses homens entram aqui'… Tinha uma transformista toda montada no bar. Fiquei com medo de tentarem fazer algo com ela", afirmou.

O empresário contou ainda que na ocasião, que aconteceu no sábado (18), ele recebia clientes no bar e todos pareciam estar com medo. "Todo mundo ficou amedrontado na hora. Minha atitude foi só a de passar empurrando eles, que ficavam gritando para abrir a porta a qualquer custo", continuou.

As atitudes das Muquiranas ainda seguem sendo pauta mesmo depois do fim do Carnaval. A presidente da Funarte, Maria Marighella, usou as redes sociais nessa quarta (24) para desabafar sobre os assédios cometidos pelos foliões que costumam de fantasiar de mulher. "O que não cabe mais, precisa ser transformado", disse Marighella.

A direção do bloco também repercutiu a situação e, em carta aberta, se comprometeu a auxiliar o poder público na identificação dos vândalos que, em outra oportunidade, depredaram um ponto de ônibus localizado no circuito da festa. "Colocamos todos os dados que temos à disposição do poder público para que identifiquem o folião e tomem as providências cabíveis com tal cidadão", diz trecho do pronunciamento.