'Fantástico' ouve ex-empresário de Luva de Pedreiro e exibe trechos inéditos
Além das partes que foram proibidas, Allan Jesus e influenciador Iran Santana Alves deram novas versões sobre o caso
Foto: Reprodução / TV Globo
Duas semanas após a entrevista de Iran Ferreira, conhecido como 'Luva de Pedreiro', ter tido trechos cortados por conta de uma liminar judicial, a TV Globo exibiu no 'Fantástico' (17) o conteúdo completo . O material ainda contou com novos depoimentos do influenciador e de seu ex-empresário, Allan Jesus, com as versões sobre o polêmico rompimento entre eles.
Antes de exibir a reportagem, o programa trouxe outros influenciadores e empresários para comentar sobre os contratos firmados nesse nincho. Segundo os especialistas consultados, os agentes recebem, em média, de 20 a 40% do cachê dos clientes. No caso de Luva e Allan, os valores são divididos meio a meio. Além disso, há uma multa unilateral de R$ 5,2 milhões em caso de rescisão.
Trechos proibidos
Após essa introdução, o 'Fantástico' revelou os trechos que foram vetados pela liminar. A decisão da Justiça proibia a divulgação de informações sigilosas sobre o contrato, assim como qualquer manifestação que pudesse ser entendida como discurso de ódio. Allan afirma que está recebendo ameaças de morte desde o mês passado.
Nas partes que não foram ao ar no dia 3 de junho, o pai do influenciador disse que o "dinheiro nunca chegou" para a família. Luva reforçou, acrescentando que Allan o tratava "igual prisioneiro", fazendo promessas e exigindo produção de conteúdo em quantidade substancial para as redes sociais.
"Ele [Allan] dizia que ia construir a casa, e nada. Dizia que era para gravar conteúdo toda hora, ele queria quantidade. Me tratava igual a prisioneiro", contou Iran.
A reportagem do 'Fantástico' conversou irmã de Iran. Ela ressaltou que o jovem mal sabe ler e escrever e que era a responsável por escrever as legendas dos posts do irmão. Na entrevista, Iran revelou que estudou até a sétima série.
Resposta de Alan
Allan, que tinha desistido de ser entrevistado pelo programa no início do mês, resolveu falar dessa vez justificou que entrou com a liminar por conta das mensagens que estava recebendo. "Eu estava sendo ameaçado de morte. Vazaram meus dados pessoais, precisei pedir ajuda, pedir socorro", explicou.
O ex-empresário disse ainda que eles só assinaram o contrato em março, com transparência e junto do pai e da mãe de Iran. Na sequência, ele apresentou um áudio antigo em que explicava o combinado ao influenciador. "Tudo o que a gente ganhar de dinheiro vai ser repassado, a parte de vocês, metade de tudo. E a gente vai prestar conta, vai dizer para vocês quanto entrou, quanto saiu", disse.
"Eu tive esse cuidado de primeiro explicar para todos eles como iria funcionar", complementou. Quando questionado se tinha advogados presentes no momento, ele negou. "Não tinha, eu fiz a leitura do contrato com o Iran, ele é extremamente inteligente e sabe ler", respondeu.
Multa unilateral de R$ 5,2 mi
Sobre o documento firmado com este valor de multa apenas em caso de rescisão por parte do influenciador, Allan Jesus alegou que considera ser um contrato equilibrado. "Com certeza. Por exemplo, o contrato que eu tenho com meu outro criador de conteúdo é o mesmo do Iran", afirmou.
Em 24 de junho, uma reportagem do UOL Esporte mostrou, a partir de dados obtidos na Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro, que o influenciador não possui controle total da empresa criada para gerir sua carreira e os recursos obtidos em contratos de publicidade.
A fatia de Iran Ferreira na 'Cara da Luva de Pedreiro Produções Artísticas SPE LTDA' é de 45%, enquanto Allan Jesus e o também influenciador Victor Melo somam, juntos, 55% da empresa.
Primeira advogada procurada por Luva, Mayara Cristina Neves de Paula contou que eles tentaram diminuir pela metade o prazo do contrato, válido por quatro anos. Além disso, segundo ela, eles quiseram transformar a multa unilateral em bilateral "para ficar mais equilibrado".
Esse acordo com as mudanças, no entanto, não chegou a ser assinado. Allan, inclusive, se enrolou na hora de responder a respeito. "Existe um contrato que foi alterado para a multa ser bilateral. Esse contrato não foi assinado, mas a gente fez alteração que são válidas", disse.
Ao ser questionado se as mudanças seriam válidas, mesmo sem a assinatura, ele olhou para uma terceira pessoa que o acompanhava, que não foi revelada, e depois confirmou. A advogada, por sua vez, negou. "Não chegamos a uma concordância final, então não houve assinatura nem alteração, nada", assegurou.
Mudança de empresário após relação conturbada
As polêmicas entre o influenciador e seu ex-empresário começaram no último dia 20, quando Iran afirmou que faria uma pausa na carreira durante live no Instagram. No dia seguinte, ele parou de seguir Allan Jesus nas redes sociais, fortalecendo os rumores de um rompimento entre eles.
A situação ficou ainda mais complicada depois que o site Metrópoles revelou que Luva possuía um giro de apenas R$ 7,5 mil em duas contas bancárias, valores considerados irrisórios devido aos seus patrocínios e ao alcance de suas contas nas redes sociais. O veículo também trouxe imagens da humilde casa em que o jovem vivia.
Depois do rompimento, as polêmicas ainda ganharam mais episódios, depois de Luva anunciar que Falcão, um dos maiores jogadores da história do futsal, passou a gerenciar sua carreira.
Após a troca de agentes, Iran celebrou o acerto e a "liberdade". Mais recentemente, mudou de sua casa em Quijingue, no interior da Bahia, para uma mansão no litoral de Pernambuco.
