NotíciasCidadeFome quase dobra na pandemia e atinge 33 milhões de brasileiros

Fome quase dobra na pandemia e atinge 33 milhões de brasileiros

Números são do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil

| Autor: Redação

Foto: Reprodução / Imagem ilustrativa

Em dois de pandemia de Covid-19, o número de brasileiros em situação de fome quase dobrou. Atualmente, 33,1 milhões de pessoas no país estão sem ter o que comer. Os dados são do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN).

No primeiro inquérito, divulgado em abril de 2021, cerca de 19 milhões de brasileiros não tinha o que comer no ano de 2020, o primeiro da pandemia. O número já apresentava um aumento de 9 milhões de pessoas com relação a 2018, quando o total era de 10,3 milhões. 

A médica epidemiologista e pesquisadora da Rede, Ana Maria Segall, afirma que a pandemia potencializa mais o desamparo e sofrimento. 

“A pandemia surge neste contexto de aumento da pobreza e da miséria, e traz ainda mais desamparo e sofrimento. Os caminhos escolhidos para a política econômica e a gestão inconsequente da pandemia só poderiam levar ao aumento ainda mais escandaloso da desigualdade social e da fome no nosso país”, explicou, de acordo com o portal de notícias G1.

A Rede PENSSAN ainda diz que o patamar é equivalente ao cenário vivido na década de 1990. A entidade ainda aponta que o desmonte de políticas públicas, com o agravamento do quadro de desigualdade social e o segundo ano da pandemia da Covid-19 são fatores que colaboraram com a situação apontada pelo levantamento. 

“A continuidade do desmonte de políticas públicas, a piora no cenário econômico, o acirramento das desigualdades sociais e o segundo ano da pandemia da Covid-19 tornaram o quadro desta segunda pesquisa ainda mais perverso”, explica a Rede. 

A pesquisa foi realizada entre os meses de novembro de 2021 e abril de 2022, com entrevistas 12.745 domicílios nas áreas urbanas e rurais de 577 municípios dos 26 estados e do Distrito Federal. A pesquisa ainda traz os seguintes dados:

-A fome é mais presente entre as famílias que vivem no Norte (25,7%) e no Nordeste (21%);
-A fome é maior nas áreas rurais, onde atinge 18,6% dos domicílios;
-É realidade na casa de 21,8% de agricultores e pequenos produtores;
-Saltou de 10,4% em 2020 para 18,1% em 2022 entre os lares comandados por pretos e pardos;
-Atinge 19,3% dos lares sustentados por mulheres e 11,9% dos chefiados por homens;
-Em relação a 2020, mais que dobrou entre os domicílios com crianças menores de 10 anos de idade;
-É maior nos domicílios em que a pessoa responsável está desempregada (36,1%);
-Saltou de 14,9% para 22,3% nos domicílios sustentados por pessoa com baixa escolaridade

Tags

Notícias Relacionadas