NotíciasCidade"Fiquei bastante abalada", diz Samantha Vitena, vítima de racismo expulsa de voo

"Fiquei bastante abalada", diz Samantha Vitena, vítima de racismo expulsa de voo

Em entrevista ao Programa Encontro, na TV Globo, Samantha confessou que ainda está tentando processar o episódio

| Autor: Redação

Foto: Reprodução/Programa Encontro

Samantha Vitena, professora negra vítima de racismo que foi expulsa de voo da Gol, foi à público nesta segunda-feira (1º) para falar sobre o caso. Em entrevista ao Programa Encontro, na TV Globo, Samantha confessou que ainda está tentando processar o episódio, que ocorreu na última sexta-feira (28). 

“Eu fiquei bastante abalada com toda essa situação, mas tenho recebido todo suporte e bastante apoio. Ainda não consegui responder todas as mensagens”, disse a professora. 

Na sexta-feira, após uma hora de atraso do voo, que saia de Salvador e tinha como destino São Paulo, um comissário pediu que Samantha  despachasse sua mochila, onde estava seu notebook. 

“Até onde eu sei a gente não pode despachar um laptop, não é recomendado por questão de risco e tudo mais, então falei que isso não seria possível”, disse Samantha durante a entrevista. 

Mesmo com as alegações da professora, o comissário insistiu. Samantha então tentou colocar a mochila  embaixo do banco, porém não ficou adequado. Com ajuda de um passageiro idoso, que se ofereceu para retirar uma pequena sacola dele, Samantha enfim conseguiu acomodar sua mochila no compartimento superior da aeronave.   

Ela voltou a se sentar no assento e esperou o avião decolar. No entanto, para a surpresa dela e dos outros passageiros a bordo, a tripulação do voo acionou três agentes da Polícia Federal para retirá-la do voo. 

“Quando os policiais entraram eu não sabia o porquê eles estavam ali, não poderia imaginar que era por mim. Quando eles olharam para mim e falaram levante e se retire, eu acredito que qualquer pessoa reagiria dessa forma. Perguntei o que aconteceu, qual o motivo”, relatou ela. 

O caos se instalou no voo enquanto viajantes começaram a protestar a favor de Samantha e filmar a situação com os celulares. 

A mulher acabou sendo levada pelos policiais até a delegacia do aeroporto. Horas depois, com auxílio de dois advogados, foi liberada após assinar um Termo Circunstanciado. 
Uma equipe da Gol logo se mobilizou para colocar Samantha em outro voo para São Paulo, onde ela se encontrou com familiares. 

No último domingo (30), foi aberto um inquérito para investigar a existência de crimes de preconceito de raça ou cor durante os procedimentos. O anúncio da abertura do inquérito foi feito por Flávio Dino, o ministro da Justiça.

Também no domingo, segundo o portal g1, a companhia aérea  encaminhou uma nota informando que se mostrará empenhada em colaborar com a investigação da PF, assim que for notificada. Afirmou ainda que segue à disposição das autoridades e que contratou uma empresa independente para apurar o caso. 

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