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Após morte de taxista, categoria relata rotina de medo e violência na Bahia

Assalto, assassinato e sequestro-relâmpago fazem parte da rotina dos taxistas na Bahia; Mais um profissional foi morto durante corrida na noite desta quinta-feira (6)

| Autor: Vinicius Viana *

Foto: Domingos Junior/Varela Net/ Verdinho Itabuna

O medo é um dos sentimentos indesejáveis que está fazendo parte do expediente dos taxistas na Bahia, devido ao aumento dos casos de violência contra a categoria.  De janeiro até setembro deste ano, 480 taxistas foram vítimas de assaltos e 48 tiveram os veículos roubados por criminosos. Somente no último mês, 48 taxistas viveram momentos de terror ao serem assaltados na capital baiana.  

Na noite da última quinta-feira (6), a criminalidade fez uma nova vítima na categoria. José Raimundo Honorato, de 68 anos, foi morto a tiros após realizar uma corrida na cidade de Itabuna, no Sul da Bahia. O assassinato aconteceu após dois homens anunciaram o assalto durante o percurso. Assustado, o idoso saiu correndo do carro e foi atingido por disparos efetuados pela dupla criminosa.

O Presidente da associação Geral dos Taxistas de Salvador (AG Táxi), Denis Paim, lamentou o assassinato de José Raimundo e declarou que a categoria tem sido alvo constante da criminalidade.  

“Infelizmente fico triste porque nós estamos batendo a mesma tecla, o tempo todo, falando sobre a segurança na cidade e no interior. Os taxistas estão sendo alvos de assaltos e da criminalidade, que assola a nossa Bahia. Temos [do início do ano] até o mês de setembro, 48 taxistas assaltados e dois mortos. [Já] em outubro, oito taxistas foram assaltados na cidade de Salvador”, relatou.

De acordo com Denis Paim, mais 30 taxistas perderam a vida de forma violenta durante o expediente de trabalho de 2016 até 2022, na Bahia.

“Há anos estamos pedindo a delegacia especializada para que os crimes contra os taxistas sejam elucidados. Mais de 30 taxistas foram mortos de 2016 pra cá e até hoje não tivemos crimes elucidados. Por conta disto, os marginais têm a certeza da impunidade e continuam fazendo essa maldade com os taxistas”, declarou, revelando que tentou realizar reuniões com o Secretário de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Ricardo Mandarino, para tratar sobre o assunto, mas não foi atendido.

Por fim, o presidente da AG Táxi pediu que o comando geral da Polícia Militar da Bahia oriente os militares a abordarem os táxis com mais frequência, pois alguns taxistas já foram vítimas de sequestros-relâmpagos durante o trabalho.

“[Pedimos] que abordem os taxistas junto com os passageiros, que peçam as documentações para identificar se [o condutor] é o motorista [taxista], pois os taxistas estão sendo pegos de reféns, levados para agências bancárias e sendo obrigados a fazerem [transferência via] pix”, completou. 

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