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Após novo ataque a bancos, Vasconcelos cobra maior enfrentamento aos criminosos

Presidente do Sindicato dos Bancários, Augusto Vasconcelos falou com exclusividade ao Varela Net, nesta sexta-feira (7), sobre as três agências alvos de ataques no município de Irará, na madrugada

| Autor: Cássio Moreira *

Foto: Domingos Júnior / Varela Net

Presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, o vereador de Salvador, Augusto Vasconcelos (PCdoB), falou sobre o ataque de criminosos contra três agências bancárias no município de Irará, na madrugada desta sexta-feira (7). Segundo dados do site do Sindicato, essa é a quinta explosão (ou tentativa) em 2022. 

Em conversa exclusiva com o Varela Net, Augusto disse que o sindicato que representa a categoria já tem feito a ponte com órgãos de segurança pública, mas cobrou que um maior enfrentamento aos grupos que promovem esse tipo de ação. Ele ainda citou ferramentas que podem ajudar a combater os ataque e roubos. 

"Nós tínhamos verificado nos últimos anos redução do número de ocorrências e atribuímos isso a uma interlocução maior do Sindicato dos bancários com a Secretaria de Segurança Pública e dos próprios bancos também com o governo. No entanto, essa ocorrência de hoje revela o quanto ainda temos que caminhar. Enfrentamos quadrilhas cada vez mais especializadas e é necessário que haja uma conjugação de esforços entre bancos e poder público para enfrentar essas quadrilhas. Temos que trabalhar em linhas de investigação, também reforçar a fiscalização de explosivos que circulam livremente pelas estradas, não só da Bahia como de todo o Brasil. Essa é uma atribuição principalmente do exército, mas não há um contingente suficiente de pessoas para garantir uma efetiva fiscalização para esse tráfico de explosivos. Além disso, estamos defendendo a implementação de medidas que podem inibir a atuação dessas quadrilhas, como tornar obrigatória a instalação de dispositivos que dilacerem as cédulas no momento da explosão [...] uma guilhotina, já existe essa tecnologia, alguns caixas eletrônicos já possuem, mas não há uma obrigatoriedade com instalação desse dispositivo. Além disso, a gente defende que todas as câmeras das fachadas das agências e do interior das unidades eles tenham uma conexão em tempo real com o centro de monitoramento de segurança pública para ajudar também na elucidação dos crimes, ao mesmo tempo que nós defendemos que haja uma definição de vidros blindados na porta das agências, inclusive vidros que possam suportar essas tentativas de quebra", começou Augusto. 

O dirigente do Sindicato dos Bancários ainda disse que tem cobrado aos bancos maiores investimentos na segurança da agências físicas. Augusto pontuou que algumas dessas agências estão retirando ferramentas de proteção básicas, como as portas giratórias e detectores de metais, o que tem colocado os servidores e clientes em risco. 

"A gente tem cobrado dos bancos mais investimentos em segurança das agências físicas. Os bancos nos últimos anos têm investido muito mais na proteção das transações pela internet, mas tem sido insuficiente os investimentos das agências físicas. Empresas têm retirado as portas giratórias e também retirado até os vigilantes de algumas unidades bancárias. Eu fiz aqui na Câmara Municipal de Salvador um Projeto de Lei para obrigar que todas as unidades bancárias tenham presença de vigilantes e de portas com detectores de metais. Se o banco não tiver caixas humanos, só o caixa eletrônico, ele deixa de ser obrigado a ter o vigilante e a porta giratória, e nós já vimos casos de sequestro de bancários e clientes em agências que não possuem esse mínimo de proteção. Então, a gente está denunciando também a postura irresponsável em questão de empresas que são as mais lucrativas da economia e tem adotado aos trabalhadores e a população", continuou Augusto. 

O vereador ainda explicou o impacto que a ausência dessas agências pode trazer para a ecomomia local. A 'fuga' do dinheiro do comércio na região é uma das consequências. 

"Vai trazer um impacto muito grande para a economia do município, para toda região. A ausência de agência bancária  em uma cidade como essa traz reflexos para o comércio, para a agricultura, para atuação do dia a dia da população porque muitas pessoas têm que se deslocar centenas de quilômetros pra acessar uma agência bancária, o que acaba também fazendo com que o consumo dessas família migre de local. Então você acaba penalizando toda a população e a gente tem insistido para que essas agências sejam reabertas, porque bancos estão usando essa estratégia de, ao ter agências explodidas, muitas vezes não abrir mais a unidade naquele município, deixando a população Corta que uma unidade bancária", afirmou. 

Questionado sobre a questão psicológica dos servidores dessas agências, Augusto explicou como tem sido feito o trabalho do Sindicato dos Bancários. Em alguns casos, por conta do gatilho que pode trazer por conviver no ambiente do ataque ou roubo, o funcionário pode ser transferido para uma outra agência. 

"Nosso departamento de saúde tem detectado que na nossa categoria aumentou muito o número de casos de síndrome do pânico, depressão, ansiedade, em parte isso tem relação direta com a falta de segurança. É importante que a gente preserve os empregos. Essas agências aí tem além de bancários, tem terceirizados, tem vigilantes, o pessoal que trabalha na limpeza, e muita gente fica com a possibilidade da perda do emprego. Então, esse é um aspecto importante, e o outro é que gente defende que esses colegas que trabalham nessas unidades tenham a possibilidade de serem transferidos, caso desejem, se não se sentirem confortáveis de trabalhar naquela unidade que sofreu a explosão, eles tinham o direito de migrarem. A gente tem feito esse diálogo com as superintendências dos bancos, temos tratado caso a caso. Na maioria dos casos, a gente tem conseguido resolver. Mas, é necessário que isso seja instituído como um direito do trabalhador [...] Trabalhar em uma agência que traz um gatilho de lembrança desses ataques é muito ruim. Nosso departamento de saúde tem atuado muito nessas questões", completou. 

*Sob supervisão do editor Rafael Tiago Nunes

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