Michelle Bolsonaro é pressionada a se posicionar sobre caso Cíntia Chagas em evento do PL

Durante um evento do PL Mulher realizado no último sábado (5) em Guarulhos (SP), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro foi cobrada publicamente por participantes a se manifestar sobre o caso envolvendo a influenciadora Cíntia Chagas. A comunicadora acusa o ex-marido, o deputado estadual Lucas Bove (PL-SP), de violência física e psicológica, além de tentativa de censura.

Durante o encontro, apoiadoras ergueram cartazes com mensagens direcionadas a Michelle, como: “Censura não. Michelle, tome posição”; “Mulheres contra censura. Fora, Bove”; e “Censura é coisa de esquerda”. As manifestações foram motivadas por uma ação judicial movida por Bove, que tentou impedir Cíntia de publicar conteúdos relacionados à violência contra a mulher — mesmo sem ser citado diretamente nas postagens.

“Um parlamentar do PL censurou a minha liberdade de expressão”, afirmou Cíntia nas redes sociais. “Um parlamentar do PL pediu a minha prisão por um vídeo em que ele não é citado, por um vídeo em terceira pessoa, em que eu discorro acerca da violência contra a mulher, acerca do feminicídio”, completou. Ela também relata ter sido vítima de agressões físicas e psicológicas durante o relacionamento, acusações que o parlamentar nega.

O deputado estadual, por sua vez, entrou na Justiça pedindo que a ex-esposa seja proibida de fazer qualquer tipo de menção pública às denúncias de violência doméstica, sob o argumento de que o caso corre em segredo de Justiça e que ela estaria violando a determinação judicial.

A ausência de um posicionamento de Michelle Bolsonaro — que é presidente nacional do PL Mulher e figura influente entre apoiadoras do bolsonarismo — gerou críticas entre aliadas e ativistas que exigem coerência do partido na defesa de vítimas de violência de gênero. Até o momento, a ex-primeira-dama não se pronunciou oficialmente sobre o caso.