Juliana Soares passa por reconstrução facial após agressão brutal com 61 socos
Juliana Soares passou por cirurgia de nove horas no SUS; caso é um dos mais graves em 25 anos, diz médico

Foto: Reprodução / Redes Sociais
Juliana Soares, 35 anos, precisou passar por um delicado procedimento de reconstrução facial após ser brutalmente agredida com 61 socos pelo namorado, em Natal (RN). As lesões, segundo os médicos, se assemelham às de vítimas de acidentes automobilísticos. A cirurgia, realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), durou cerca de nove horas.
A intervenção, chamada osteossíntese, foi realizada no Hospital Universitário Onofre Lopes e comandada pelo cirurgião-dentista Kerlison Paulino de Oliveira. “Foram múltiplas fraturas e incontáveis fragmentos grandes e pequenos", relatou o profissional.
As áreas mais atingidas foram a região acima da mandíbula direita e a órbita ocular. “Nós tivemos uma situação de dificuldade maior do que o esperado pelos fragmentos, que eram maiores do que imaginamos. Havia outros pequenos, não contáveis em uma tomografia”, explicou Oliveira.
Durante a operação, os fragmentos foram fixados com placas e parafusos, e uma malha de titânio foi implantada para recompor parte da estrutura facial. “Em algumas dessas regiões nós conseguimos fixar os fragmentos com placas e parafusos. Ainda foi necessário fazer uma colocação de malha de titânio para recompor a órbita, devido à extensão da lesão", acrescentou.
O médico classificou o caso como um dos mais graves que já atendeu em mais de duas décadas de atuação. "A gente agora precisa acompanhá-la dentro desse quadro que se apresentou, de lesões mais graves. Não será uma recuperação rápida, levará meses. Temos de esperar e apoiá-la”, disse.
Segundo o especialista, o período inicial de avaliação dos resultados da cirurgia será entre 45 e 60 dias. “Eu sou otimista, mas o paciente às vezes tem alguma sintomatologia e é necessário fazer alguma nova intervenção”, concluiu.
O caso de Juliana gerou comoção e reacendeu debates sobre a violência contra a mulher no país. Ela segue em acompanhamento médico e psicológico enquanto autoridades apuram a responsabilização do agressor.