Coronel da PM afirma que atos de 8 de janeiro poderiam ter sido evitados
Testemunha diz ao STF que planejamento de segurança não foi seguido

Imagem da invasão no 8 de janeiro |Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A coronel da Polícia Militar do Distrito Federal, Cíntia Queiroz, declarou nesta terça-feira (27) ao Supremo Tribunal Federal (STF) que os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 não teriam ocorrido caso o planejamento de segurança tivesse sido cumprido. Durante seu depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, ela afirmou que o plano previa a chegada de cerca de 2 mil manifestantes em caravanas e determinava que eles não poderiam entrar na Esplanada dos Ministérios.
Cíntia foi ouvida como testemunha de defesa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, que estava de férias nos Estados Unidos no dia dos ataques. Segundo a coronel, o protocolo de segurança elaborado para a ocasião não foi executado conforme o previsto, o que teria permitido a invasão das sedes dos Três Poderes.
Além da coronel, delegados da Polícia Federal também prestaram depoimento ao STF. O ex-diretor da PF Márcio Nunes negou que a corporação tenha realizado policiamento direcionado para barrar eleitores do Nordeste durante as eleições de 2022. Ele afirmou que a atuação da PF seguiu protocolos legais e que o objetivo era evitar crimes eleitorais.
Os depoimentos fazem parte da fase de instrução do processo contra os oito réus do chamado "núcleo crucial" da tentativa de golpe, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro e ex-ministros de seu governo. As testemunhas serão ouvidas até 2 de junho, e os acusados deverão prestar interrogatório posteriormente.