Parlamentares repudiam fala de Átila do Congo em Sessão na Câmara Municipal
Vereadoras consideraram machistas as falas do parlamentar
Foto: Reprodução/TV CAM
Após confusão na sessão ordinária na Câmara Municipal de Salvador na última quarta-feira (19) envolvendo os vereadores Átila do Congo (PMB) e Marcelle Moraes (União Brasil) depois de uma fala do parlamentar ser considerada machista, vereadoras se pronunciaram sobre o assunto e repudiaram as falas do presidente do Partido da Mulher Brasileira na Bahia.
O vereador falou durante a sessão que mulheres que denunciam agressões são 'irresponsáveis', afirmando que a vereadora Laina Crisóstomo (PSOL) estaria se vitimizando durante a sessão. O presidente da Câmara, Carlos Muniz, permitiu a fala de todas as parlamentares que pediram a palavra na sessão.
A vereadora Ireuda Silva (Republicanos) questionou se o parlamentar se encontrava no momento das agressões que as mulheres denunciavam. "Gostaria de perguntar ao vereador, que falou que as mulheres se dirigem às delegacias para prestarem queixas infundadas, se ele se encontra nos momentos de agressões. Como homem o senhor se prestar a uma fala como essa. Eu fui criada numa casa onde meu pai colocava a arma na cabeça de minha mãe e só não denunciava por causa de homens como o senhor, machistas, que desacreditam da vida que nós passamos. Quando o senhor for falar sobre mulher, o senhor tem que mesntruar e entender o que nós representamos" afirmou a parlamentar.
A parlamentar Roberta Caires (PDT) também se manifestou contra as falas do vereador. "Eu acho que ficou muito claro o posicionamento do vereador Átila do Congo, ficou evidente o que ele pensa sobre as mulheres e o que pensa sobre a justiça. Eu queria deixar uma pergunta se os homens estão sendo presos injustamente. Se as mulheres estão indo nas delegacias denunciarem, qual seria o tipo de justiça que o senhor acredita e segue? Eu tenho muitas diferenças ideológicas da vereadora Laina, da vereadora Marta, mas o que nos une é a causa das dores. Eu gostaria de chamar a atenção dos 34 outros vereadores homens que estão aqui e até agora e nenhum se manifestou em relação à sua fala, ou há uma conivência" disse ela.
A vereadora Débora Santana (PDT) foi outra parlamentar a se posicionar sobre o caso. "Eu considero o colega, mas não poderia deixar de falar e estar ao lado da minha colega, como mulher. Nessa casa somos, sim, vítimas, porque não temos atendimentos necessários como deveria. Em muitas secretarias somos tidas como chacota. Precisamos para com essa de que é vitimismo. Somos mulheres, somos guerreiras, estar nos espaços e ser respeitadas. Aqui é uma fala de uma mulher de que sabe o que é ser agredida, enforcada, de sofrer violência doméstica durante 10 anos, mas graças a Deus ele me trouxe até aqui para defender as mulheres das mãos dos opressores" afirmou ela.