Lula fala sobre acordo comercial entre Mercosul e União Europeia: 'Vai ser o maior da história'
Presidente fez a declaração após participar dos festejos do Dois de Julho em Salvador
Foto: Ricardo Stuckert
Após participar dos festejos de comemoração ao Dois de Julho, que marcam os 202 anos de Independência da Bahia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que vai assinar o acordo comercial entre a Mercosul e a União Europeia, que será o maior da história, segundo ele.
"Eu assinarei o acordo Mercosul - União Europeia nesse meu mandato de Presidência do Mercosul. Vai ser o maior acordo comercial da história. São 722 milhões de habitantes nos dois blocos e um PIB de 27 trilhões de dólares", disse o presidente Lula.
O bloco Mercosul, criado em 1991, reúne Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e a Bolívia, enquanto a União Europeia é composta por 27 países europeus.
Negociado desde 1999, o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia foi concluído 20 anos depois, em 2019, e passou à fase de revisão. Essa etapa só foi concluída em 2024, durante a cúpula do bloco no Uruguai. Caso entre em vigor, o acordo entre os dois blocos será o maior tratado de livre comércio do mundo, englobando 32 países, com 780 milhões de pessoas.
Do outro lado do Oceano Atlântico, ainda falta a aprovação no Conselho Europeu e no Parlamento Europeu. Países como a Espanha se dizem favoráveis ao acordo, enquanto a França ainda se posiciona de forma contrária à união.
Lula, que mantém uma relação de proximidade com Emmanuel Macron, acredita que consegue convencer o presidente francês a aceitar o acordo para que este possa entrar em vigor.
Macron, por sua vez, entende que as regras ambientais exigidas dos produtores europeus são mais rígidas que as exigidas dos sul-americanos, o que tornaria o acordo desigual. Diante disso, Lula tem defendido que o negociador francês apresente alguma proposta a ser discutida.
Lula viaja para a Argentina nesta quinta-feira (3), onde participará de um encontro dos chefes de Estado e assumirá a presidência rotativa do Mercosul até o fim deste ano.
Esta é a primeira vez que o presidente visita a Argentina desde que Javier Milei assumiu a presidência do país. Milei é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro e já fez diversas críticas ao petista durante a campanha presidencial de 2023.