Intimado pela PF, Paulo Guedes apela a Aras para não prestar depoimento
Procurador-Geral da República divulgou mensagem de advogado do ministro, mas apagou
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
Intimado para prestar depoimento no contexto do inquérito contra o senador Renan Calheiros (MDB) por possíveis fraudes no fundo de pensão dos Correios, o Postalis, o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi até o procurador-geral da República, Augusto Aras, para não depor.
O advogado de Guedes, Ticiano Figueiredo, tentou uma reunião com Aras na última quarta-feira (25), para tratar de um dispensa do ministro de depor à Polícia Federal. O pedido do encontro foi divulgado pelo próprio procurador, que se confundiu e publicou a mensagem do advogado no status do WhatsApp.
"Seria possível receber o advogado do Paulo Guedes, o dr. Ticiano Figueiredo, por cinco minutos? Assunto: possível dispensa de Paulo Guedes, junto à PF, em processo investigativo contra Renan Calheiros, onde Guedes não é parte", dizia a mensagem do advogado. Aras respondeu afirmando que seria possível. "Sim. Falaremos por celular e ajustaremos", respondeu.
Ao perceber que havia divulgado as mensagens, Aras excluiu os status. Procurada pela reportagem da Folha de São Paulo, a PGR confirmou que foi procurada pelo advogado de Guedes e disse que "seriam tomadas as providências para checar a viabilidade de futura agenda".
A defesa do ministro já havia entrado no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar evitar que Guedes prestasse depoimento. Na quarta-feira (25), o ministro do STF, Luís Roberto Barroso, intimou a PGR para que pronuncie com urgência sobre o pedido da defesa. No processo, que tem o senador Renan Calheiros como alvo, com base no acordo de colaboração premiada de um ex-executivo da Hypermarcas, atual Hypera Pharma Guedes foi intimado para depor como declarante, não como investigado.
A defesa de Paulo Guedes não se pronunciou sobre o assunto.