Defesa de Bolsonaro entrega esclarecimentos ao STF e sustenta ausência de provas no inquérito sobre coação
Defesa também apontou suposta falta de indícios concretos no relatório da PF
Foto: Ton Molina/STF
Nesta sexta-feira (22), a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma resposta formal ao inquérito que investiga possível tentativa de coação a autoridades envolvidas na ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado de 2022. Os advogados alegam que não há evidências concretas nos indiciamentos promovidos pela Polícia Federal (PF), denunciando “vazios de indícios” no relatório da investigação.
A solicitação de apresentação desses esclarecimentos foi feita pelo ministro Alexandre de Moraes no dia 20 de agosto, que concedeu prazo de 48 horas para que fossem respondidas as acusações relacionadas ao descumprimento de medidas cautelares, eventuais planos de fuga e a continuidade das supostas condutas ilícitas.
Além disso, a PF indiciou Bolsonaro e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, por supostamente tentarem interferir no andamento do processo, com base em áudios e conversas identificadas, nos quais eles pressionariam ministros do STF e parlamentares para manipular o julgamento do caso da trama golpista.
Também consta no relatório da PF um esboço encontrado no celular do ex-presidente com um pedido de asilo político à Argentina, um documento de 33 páginas, preenchido com campos assináveis, elaborado em fevereiro de 2024. Segundo a investigação, isso poderia configurar indícios de um plano de fuga. A defesa minimizou o fato, afirmando que se tratava apenas de uma “sugestão” apresentada a Bolsonaro no início de 2024, e não de uma intenção efetiva.
Por fim, vale lembrar que o julgamento da ação penal sobre a tentativa de golpe está agendado para começar no STF em 2 de setembro. Nessa ação, Bolsonaro e outros aliados respondem por crimes como organização criminosa armada, golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.