Bruno Reis desconsidera tarifa zero em Salvador sem apoio do Governo: 'Só é possível se alguém pagar a conta'
Bruno Reis explicou sobre a possibilidade da adoção da tarifa zero no transporte público da capital baiana
Foto: Bruno Oliveira / Varela Net
Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (13) após o lançamento da programação do 'Novembro Salvador Capital Afro 2025', o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), explicou sobre a possibilidade da adoção da tarifa zero no transporte público da capital baiana. Ele afirmou que, sem o apoio financeiro do governo federal, a medida é inviável para o município.
“Em relação à tarifa zero, ela só é possível se alguém pagar a conta. Nós, municípios, não temos condições”, disse o prefeito, que detalhou os custos atuais do sistema de transporte da cidade. Atualmente, a Prefeitura de Salvador financia R$ 0,42 por passagem, cobrindo a diferença entre a tarifa técnica, que é de R$ 6,02, e a tarifa pública paga pelo usuário, que é de R$ 5,60.
O prefeito explicou que, com uma população de aproximadamente 3 milhões de habitantes, o custo total do sistema, considerando 14,3 milhões de passageiros mensais, é de R$ 1,033 bilhão por ano.
“Alguém vai pagar essa conta. Pode ser o governo federal, se for, tem nosso total apoio. Mas os municípios já assumem muitas atribuições e responsabilidades, enquanto perdem receitas”, disse.
Bruno também criticou os efeitos da reforma tributária, que fundiu tributos como o ISS e o ICMS, criando o novo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). Conforme ele, a medida compromete ainda mais a autonomia fiscal dos municípios. “O ISS hoje é nosso principal tributo, vai fechar o ano com o dobro do IPTU. E agora, com a reforma, vamos perder a gestão sobre ele”, afirmou.
“Se o custo do transporte é R$ 1,033 bilhão, e só temos R$ 680 milhões para investir, faltam R$ 453 milhões. De onde vai sair esse dinheiro? Vamos fechar escolas, hospitais?”, indagou.
Finalizando, o prefeito defendeu uma abordagem mais pragmática sobre o tema: “É hora de parar de promessas e falar sério. O povo quer ouvir a realidade. Alguém tem que pagar essa conta, acabou”.