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Boulos critica manobras para manter Eduardo Bolsonaro na Câmara: “Todas as máscaras vão cair”

Boulos critica manobras para manter Eduardo Bolsonaro na Câmara: “Todas as máscaras vão cair”

Deputado do PSOL diz que medidas para beneficiar Eduardo gerarão rejeição da sociedade brasileira

| Autor: Redação Varela Net

Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) fez duras críticas nesta terça-feira (22) às articulações de parlamentares bolsonaristas que buscam alternativas para manter Eduardo Bolsonaro (PL-SP) com mandato ativo na Câmara dos Deputados, apesar de sua ausência prolongada do Brasil.

Em entrevista ao UOL News, Boulos ironizou a situação e apontou o contraste entre os parlamentares mais votados de São Paulo. “Dos três deputados mais votados do estado de São Paulo, sou o único exercendo mandato e honrando os votos que recebi do povo paulista. Uma fugiu para a Itália [Carla Zambelli] e o outro fugiu para Miami [Eduardo Bolsonaro] e lá estão”, afirmou.

O filho “03” do ex-presidente Jair Bolsonaro está nos Estados Unidos desde fevereiro e, com o fim de sua licença, aliados trabalham para encontrar soluções que evitem seu afastamento definitivo da Câmara. Entre as propostas em discussão, está a nomeação de Eduardo para uma secretaria especial no governo do Rio de Janeiro, sob gestão do governador Cláudio Castro (PL).

Boulos condenou essas tentativas e disse estar atento ao comportamento da base bolsonarista: “Em relação às medidas para salvar Eduardo, estou ansioso para ver até onde vai a cara de pau dos bolsonaristas. Se eles tiverem a cara de pau de propor trabalho remoto na Câmara, uma licença de quase um ano recebendo verba de gabinete ou qualquer coisa desse gênero, aí todas as máscaras vão cair.”

O deputado do PSOL também alertou para o impacto político que tais medidas podem gerar: “Isso não tem o menor cabimento e gerará uma rejeição profunda da sociedade brasileira.”

Segundo ele, o debate sobre a permanência de Eduardo Bolsonaro na Câmara deve ocorrer no Conselho de Ética, onde acredita que o parlamentar pode ser responsabilizado não apenas por abandono de mandato, mas por condutas mais graves.

“Quando se trata do Eduardo, temos que tratar de dois procedimentos. Um é a perda de mandato, não só por abandono, mas por quebra de decoro parlamentar conspirando contra o país. O outro é a condenação criminal por crime de lesa pátria”, completou.

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