Homem que matou companheira a marretadas na Bahia diz ter suspeitado de traição

Ramon de Jesus Guedes, principal suspeito de assassinar a contadora Laina Santana Costa Guedes, de 37 anos, com golpes de marreta, afirmou em depoimento à Polícia Civil que desconfiava de uma possível traição por parte da companheira. O crime ocorreu na noite da última terça-feira (19), em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador.

O portal g1 teve acesso ao conteúdo do depoimento prestado por Ramon na quarta-feira (21). Ele relatou que, ao chegar mais cedo em casa naquele dia, teria visto Laina dentro de um carro acompanhada por outra pessoa, sem especificar se era um homem ou uma mulher. O episódio teria desencadeado a discussão que culminou no crime.

O casal manteve uma relação por 17 anos, segundo Ramon, e teve duas filhas. Ele descreveu o relacionamento como conturbado, inclusive mencionando que chegaram a ficar separados por cerca de nove meses.

Ainda conforme o depoimento, na noite anterior ao homicídio, o casal teria discutido, com troca de ofensas, mas o desentendimento acabou em uma relação íntima. Na manhã seguinte, Laina teria comentado com Ramon que aquele havia sido um "namoro sem vontade", o que o deixou intrigado. Apesar do clima tenso, ambos saíram para o trabalho.

Ramon disse que decidiu retornar mais cedo para casa alegando não estar bem emocionalmente. Ao chegar ao condomínio onde vivia com a família, afirmou ter visto Laina com outra pessoa dentro de um carro. Mais tarde, já dentro da residência, uma nova discussão começou. Segundo ele, ao notar a presença de uma viatura da Polícia Militar nas proximidades, questionou a companheira, que teria respondido estar sendo vítima de violência psicológica.

Na versão apresentada à polícia, Ramon afirmou ter tentado sair de casa, mas foi impedido por Laina. Ele alegou então ter perdido o controle e a agredido com golpes de marreta, deixando-a desacordada.

Durante o interrogatório, ele confirmou que as duas filhas do casal, de 5 e 12 anos, estavam presentes no momento da briga e presenciaram toda a situação. Quando questionado se acreditava que Laina havia morrido após os golpes, disse apenas que percebeu que ela estava inconsciente.

Ramon também relatou enfrentar dificuldades financeiras e emocionais nos últimos tempos, após contrair dívidas relacionadas a uma gráfica da qual era proprietário. Segundo ele, essas dificuldades o levaram, inclusive, a uma tentativa de suicídio anterior.

Laina, que trabalhava como contadora, chegou a ser socorrida e levada a um hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos. O sepultamento ocorreu às 14h de quarta-feira (20), no Cemitério Bosque da Paz, em Salvador, em uma cerimônia reservada a familiares e amigos.